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A indústria brasileira registrou, em 2015, queda no número de empresas ativas, extinção de centenas de milhares de postos de trabalho e queda nominal nos investimentos, segundo a Pesquisa Industrial Anual (PIA) 2015, publicada nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A indústria brasileira, no ano de 2015, apresentou um fraco desempenho da produção, reflexo das incertezas no cenário político e fiscal, com aumento do desemprego e a perda do grau do investimento”, disse a economista Maristella Rodrigues, da Coordenação da Indústria do IBGE.
A indústria em geral perdeu 642 mil trabalhadores (-7,4%) em 2015, na comparação com 2014, segundo a PIA, passando de 8,8 milhões para 8,16 milhões de pessoas. Naquele ano o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8%. Já o número de empresas industriais ativas caiu de 333.739 em 2014, para 325.277 em 2015, um recuo de 2,5%.
Também houve retração no investimento, que atingiu, em 2015, R$ 193,3 bilhões, representando uma queda nominal de 13% em relação a 2014. A redução nos investimentos concentrou-se na fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e na extração de minerais metálicos.
Os dados do IBGE reforçam a forte crise por que passa especialmente a indústria de transformação, responsável, só ela, pelo fechamento de 630 mil postos de trabalho em 2015.
Em números absolutos, confecção de artigos do vestuário e acessórios foi o segmento que mais demitiu: 89 mil trabalhadores, perda de 11,8% no período. Outras atividades importantes também tiveram forte redução no número de trabalhadores nesse período, segundo o IBGE. O setor de fabricações de veículos, reboques e carrocerias perdeu 12,7% das vagas (64,7 mil), fabricação de máquinas e equipamentos cortou 14,1% dos postos de trabalho (63,4 mil) e produtos de metal fechou 10,9% das vagas (62,8 mil).
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Das 31 atividades analisadas pela Pesquisa Industrial Anual, apenas três registraram crescimento no número de empregados. Juntas, fabricação de fumo (827), de bebidas e coque (2.192), derivados de petróleo e biocombustíveis (12.682) somaram 15,7 mil novos empregados ante 2014.
O valor da transformação industrial (valor bruto da produção menos custo das operações industriais), em valores correntes, passou de R$ 1,113 trilhão para R$ 1,097 trilhão. Segundo o IBGE, em valores nominais, a receita das vendas industriais em 2015 foi de R$ 2,16 trilhões; em 2014, foi de 2,17 trilhões.
Em termos de participação nas vendas, as cinco maiores fatias nas vendas industriais foram: produtos alimentícios (16,9%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (10,6%), produtos químicos (10,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (8,7%) e metalurgia (6,3%).
No ranking do total de vendas de 2015, o óleo diesel manteve a liderança, com R$ 79,9 bilhões e participação de 3,7% no total, com carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 49,1 bilhões) na sequência, com 2,3%.
O IBGE pesquisou informações sobre as vendas de 3.450 produtos das cerca de 36 mil empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas e suas cerca de 55 mil unidades locais.
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