NIB: Indústria terá R$ 548 bi em crédito até 2026 com novo aporte do BNDES

Com reforço de R$ 41 bilhões, o Plano + Produção amplia os recursos da Nova Indústria Brasil para financiar projetos de inovação, modernização fabril e fortalecimento das cadeias produtivas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um novo aporte de R$ 41 bilhões no Plano + Produção, instrumento de crédito da Nova Indústria Brasil (NIB). Com isso, a soma total dos recursos da NIB atinge R$ 548 bilhões até 2026, sendo R$ 300 bilhões sob responsabilidade do BNDES, segundo informações da Agência Gov.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (26), durante evento realizado na sede do banco, no Rio de Janeiro, em celebração ao Dia da Indústria. O Plano + Produção reúne ainda recursos de outras instituições públicas, como Caixa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa), Finep e Embrapii.

Ao comentar o cenário atual, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que os países em desenvolvimento precisam repensar o papel do Estado na reconstrução industrial. “Ou construímos uma relação mais criativa entre Estado e mercado ou dificilmente países em desenvolvimento poderão reconstruir suas indústrias e superar seu hiato tecnológico, que não é pequeno nas relações internacionais”, avaliou.

Segundo ele, o volume de crédito à indústria brasileira aumentou 132% entre 2022 e 2024, ultrapassando a marca de R$ 100 bilhões em desembolsos anuais. Mercadante ainda sugeriu que o governo desenvolva um programa de retorno de talentos brasileiros que atuam no exterior, especialmente nos Estados Unidos, para impulsionar áreas estratégicas de pesquisa e desenvolvimento no país.

Durante o evento, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, destacou o desempenho do setor industrial em 2024, que teve crescimento de 3,8% na indústria de transformação, colaborando para o avanço de 3,4% no PIB.

Alckmin reafirmou o apoio do governo às medidas fiscais da equipe econômica. “Haddad terá nosso apoio integral no que for preciso, entre contingenciamentos e esforços fiscais, para não ter déficit.” Ele também defendeu o Acredita Exportação — projeto que prevê a devolução de 3% do crédito tributário para micro e pequenas empresas exportadoras — e disse esperar aprovação pelo Senado ainda nesta semana.


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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a reforma tributária, já aprovada no Congresso e com efeitos esperados a partir de 2027, deixará um “legado extraordinário” para a indústria, especialmente pela desoneração completa de investimentos. “Com a reforma, vai ser possível contratar mais pessoas para aumentar a produtividade da indústria.”

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou o papel social do setor. Segundo ela, a indústria criou mais de 530 mil empregos entre 2023 e 2024, dos quais mais de 70% foram preenchidos por jovens e mulheres.

Representando o setor produtivo, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, reconheceu a retomada de uma política industrial ativa como um diferencial do atual governo. Para ele, é fundamental que o país mantenha o foco nas cadeias produtivas: “É um exemplo para que a gente vá crescendo, evoluindo, como todos os países do mundo vêm fazendo”.

*Imagem de capa: Depositphotos.com