Samarco antecipa investimento para expandir produção para 15 milhões de toneladas

Mineradora antecipa cronograma e investe R$ 1,6 bilhão para retomar capacidade pré-tragédia.

A Samarco, mineradora controlada pela Vale e BHP Billiton, anunciou a antecipação do aumento de sua produção de pelotas de minério de ferro, previsto inicialmente para 2025. A expansão, que começará em dezembro, elevará a capacidade de produção de 9 milhões para 15 milhões de toneladas anuais, com um investimento de R$ 1,6 bilhão.

De acordo com informações do jornal Valor Econômico, esse movimento marca um avanço nos planos de recuperação da empresa, que adotou novas práticas de gestão de rejeitos desde a retomada das operações em 2020, incluindo o empilhamento a seco, substituindo antigas lagoas de contenção.

A expansão gerou cerca de 3 mil vagas de trabalho nos últimos meses, somando aproximadamente 15 mil colaboradores diretos e indiretos.

A Samarco projeta uma receita de US$ 1,2 bilhão para 2024, com expectativa de que o aumento na produção impulsione o faturamento para entre US$ 1,8 bilhão e US$ 2 bilhões nos próximos anos. Segundo o diretor financeiro Gustavo Selayzim, a expansão foi financiada com recursos próprios, reforçando a solidez financeira da companhia e a continuidade do plano de crescimento sustentável.

Ações de reparação

Após oito anos do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), as vítimas finalmente conquistaram o direito de participar diretamente da gestão das ações de reparação, segundo a Agência Brasil.  A inclusão dos atingidos nos comitês de decisão marca uma virada significativa na condução do processo de reparação, que até então vinha sendo gerido sem a voz direta das comunidades afetadas. 

A nova estrutura permitirá que as vítimas contribuam ativamente para o direcionamento das medidas de compensação e recuperação ambiental, buscando assegurar que as ações reflitam suas necessidades e expectativas. Essa conquista é vista como um avanço essencial na luta por justiça e reconhecimento das perdas sofridas pelas famílias, que há anos enfrentam as consequências devastadoras do desastre.


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