Pesquisa mostra que 65% das Pequenas e Médias Empresas ainda não estão preparadas para a LGPD

Levantamento nacional realizado pela Resultados Digitais com mais de 1.100 PMEs aponta que apenas 4% se dizem totalmente adequadas às exigências hoje e 16% das empresas sequer sabem do que se trata a Lei Geral de Proteção de Dados.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em setembro e estipula uma série de obrigações para empresas em relação à coleta, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais. Apesar de prever multas e penalidades a quem não a cumprir, a grande maioria das micro, pequenas e médias empresas brasileiras não estão preparadas para a LGPD. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Resultados Digitais , que desenvolve softwares para marketing e vendas e conta com uma base de 20 mil clientes.

Segundo o levantamento, que ouviu mais de 1.100 PMEs de diversos segmentos no início de outubro, apenas 35% das empresas se dizem preparadas para às exigências da LGPD, contra 65% que reconheceram que seus negócios não estão de acordo com a nova lei.

Para além da resposta "sim" ou "não", a pesquisa procurou entender o estágio de maturidade das micro, pequenas e médias. Apenas 44 empresas (4%) afirmaram que hoje atendem a 100% dos requisitos da LGPD. Do total, 45% disseram estar trabalhando para cumprir as exigências da lei, enquanto 35% afirmaram já ter lido sobre o assunto, mas que ainda não tomaram nenhuma atitude prática. Outro dado que chama a atenção é que 16% dos respondentes disse não saber do que se trata a LGPD.

A falta de conhecimento sobre o assunto é evidenciada pela pesquisa. As PMEs foram convidadas a apontar em que parte do processo de adequação à LGPD elas estão enfrentando mais dificuldades. Para 48%, o maior problema está em encontrar informações completas e objetivas sobre o assunto. Cerca de 20% mencionaram a falta de acesso a ferramentas para fazer a adequação da empresa. A falta de conhecimento técnico da equipe jurídica apareceu em 13% das respostas, enquanto a escassez de recursos para se adequar à LGPD foi a principal causa para apenas 8% das PMEs.

A pesquisa também quis saber quem é o responsável por garantir que a empresa cumpra as exigências da nova lei. Para 35% das PMEs, essa figura é representada pelo próprio dono da empresa. Pouco mais de 20% disseram ser uma pessoa do departamento jurídico, o mesmo percentual de empresas que disseram não haver ninguém no momento olhando para o assunto. Entre as que investiram, 5% disseram ter contratado um fornecedor terceirizado para cuidar das exigências e outros 4% contrataram uma pessoa para cuidar só de LGPD.


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A boa notícia é que para a grande maioria das PMEs, a LGPD é vista de forma positiva. Para quase metade dos respondentes (48%), a nova lei de proteção de dados terá um impacto positivo nos negócios, enquanto 24% disseram que o impacto será "muito positivo". Para 16%, a LGPD é irrelevante para os negócios e 10% avaliaram o impacto como negativo.

Conteúdo descomplicador

"A Lei Geral de Proteção de Dados mexe com uma série de processos das empresas, inclusive quando se trata das áreas de marketing e vendas", diz Fernanda Nones, especialista em Privacidade e Proteção de Dados da Resultados Digitais. "Conhecendo os desafios e dificuldades desses negócios, desenvolvemos uma série de conteúdos que trazem tanto a teoria quanto a prática para conseguir preencher essa lacuna por informações de qualidade. O objetivo é atuar como um agente descomplicador do tema para as PMEs".

Em outubro, a RD colocou no ar uma Central de Proteção de Dados , que reúne todas as ferramentas necessárias para a adequação das empresas à LGPD. Também publicou, em parceria com a startup de direito JusBrasil , uma série de materiais gratuitos para descomplicar os conceitos por trás da LGPD . É possível baixar gratuitamente um ebook bastante completo, assistir a vídeoaulas ministradas por Fernanda Nones, além de acompanhar webinars, posts e artigos.


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