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A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que a reoneração da folha de pagamento para alguns setores provocará a perda de 77.191 vagas de trabalho ou 12,7% dos postos gerados com a política de desoneração. Foram analisados os setores de couro e calçados, confecção, têxtil, material plástico, equipamentos médicos hospitalares, cerâmica vermelha e panificação.
Em março, o governo anunciou que encerraria o benefício criado em 2011, ainda sob o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. O governo instituiu o fim da desoneração em março, como parte das medidas para aumentar a arrecadação. Na prática, cerca de 40 mil empresas, de 50 setores, voltarão a pagar, a partir de julho, alíquota de 20% de contribuição previdenciária. Hoje, pagam até 4,5% sobre o faturamento.
O benefício da desoneração ficou mantido para os setores de transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário, além da construção civil, obras de infraestrutura e comunicação.
Segundo estudo apresentado nesta terça-feira (06), em audiência pública no Senado, com o fim da desoneração para esses setores, ao invés do ganho de R$ 1,1 bilhão, o governo terá um ganho de apenas R$ 13,3 milhões, porém com o incremento de 77,2 mil trabalhadores na massa de desempregados no País.
Para as empresas dos setores analisados, o fim da desoneração da folha de pagamento representará incremento no custo de 2% a 4% do faturamento, afirma a Fiesp. “Em meio à frágil situação da economia doméstica, com queda constante no consumo das famílias, essas empresas não têm condições para repassarem qualquer aumento de custo para o mercado, ou seja, para o preço do produto”, diz o estudo.
“Por outro lado, o baixo nível de rentabilidade das empresas industriais também é uma restrição para a absorção desse custo para a margem de lucro”, complementa. De acordo com a Fiesp, a consequência será a demissão dos trabalhadores. Os setores mais prejudicados seriam de cerâmica vermelha, couro e calçados, confecção e têxtil.
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