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A taxa de desemprego do Brasil caiu em dezembro com ajuda da sazonalidade, porém a renda média do trabalhador sofreu em 2015 a primeira queda em 11 anos em um mercado de trabalho marcado pela forte deterioração.
A taxa de desemprego calculada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) foi a 6,9 por cento em dezembro, contra 7,5 por cento em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (28).
Apesar do recuo, o resultado é o mais alto para meses de dezembro desde 2007 (7,4 por cento) e fica bem longe da mínima histórica de 4,3 por cento registrada no último mês de 2014, destacando a deterioração que o mercado de trabalho sofreu ao longo do ano passado em meio a uma economia em recessão e baixa confiança de investidores contaminada por crise política e indefinições fiscais.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 7,4 por cento por cento no mês na mediana das previsões.
Com o resultado, a taxa média de desemprego de 2015 ficou em 6,8 por cento, bem acima dos 4,8 por cento vistos no ano anterior e o nível mais alto desde 2009 (8,1 por cento), como resultado da forte deterioração econômica acompanhada de inflação e juros altos que prejudicaram a geração de vagas e afetaram com força a renda do trabalhador.
Segundo o IBGE, a renda média da população encerrou 2015 com alta de 1,4 por cento em dezembro sobre novembro, para 2.235,50 reais. Só que sobre o mesmo mês de 2014, houve queda de 5,8 por cento e, em 2015 como um todo, a média anual da renda caiu 3,7 por cento sobre 2014, primeira queda desde 2004.
"A piora do mercado do trabalho foi quase contínua ao longo do ano e o salário vem caindo. Isso é indício de que pelo menos no curto prazo não se deve esperar recuperação mais forte da atividade econômica, porque isso deve ser limitador da recuperação do consumo", disse o economista sênior do , banco de investimento Haitong Flávio Serrano.
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Em dezembro, a população desocupada, que são as pessoas à procura de uma posição, caiu 7,6 por cento sobre o mês anterior, mostrando uma tendência sazonal de menor busca por vagas entre o Natal e o Ano Novo. Por outro lado, aumentou 61,4 por cento na comparação com um ano antes, para 1,733 milhão de pessoas.
Já a população ocupada avançou 0,3 por cento na comparação mensal, numa tendência de criação de vagas no fim do ano. Sobre dezembro de 2014, esse grupo registrou queda de 2,7 por cento, atingindo 23,213 milhões de pessoas.
Em 2015, o Brasil perdeu 1,542 milhão de vagas formais de trabalho, pior marca em mais de duas décadas segundo dados do Ministério do Trabalho.
A deterioração do mercado de trabalho fica clara também nos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, que mostrou que no trimestre até outubro a taxa de desemprego chegou a 9,0 por cento, maior patamar da série iniciada em 2012.
A recessão vai se prolongar para 2016, de acordo com a expectativa dos economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central, que veem contração econômica neste ano de 3 por cento com inflação de 7,23 por cento.
"Não esperamos acomodação na trajetória de piora na taxa de desemprego, e a Pnad deve ir acima de 10 por cento este ano", completou Serrano.
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