Muitas empresas utilizam a identificação das necessidades de mercado como principal propulsor para suas políticas de inovação, buscando sempre se antecipar. Segundo estudo da Booz & Company, são as chamadas “Need Seekers”. Por outro lado, existe um grupo de empresas que faz uso intensivo da tecnologia para aperfeiçoar o que já existe e, por vezes, provocam verdadeiras revoluções. São as chamadas “Technology Drivers”.
Essas empresas, normalmente, se caracterizam por possuir uma forte estrutura de pesquisa
e desenvolvimento, que são, muitas vezes, o cerne de todo o negócio. O maciço investimento nessas estruturas geram tecnologias que, sem que percebamos, passam a fazer parte de nosso cotidiano. Mas todo este investimento vale a pena?
No final do século 19, o alumínio ainda era um metal semiprecioso mais raro que a prata. A sua produção, nos EUA, era de cerca de 58 kg ao ano. Nesta época, um professor de química apresentou aos seus alunos um pequeno fragmento, dizendo “quem descobrir uma forma econômica de produzir este metal, ficará rico!”.
Charles Hall, um desses alunos, acostumado a realizar experiências desde os 12 anos, comprou a ideia. O resultado de suas pesquisas foi uma massa solidificada que, ao esfriar, possibilitava ser estilhaçada em pequenas pelotas de alumínio. Foi uma descoberta surpreendente alcançada com apenas 22 anos de idade.
Ao invés de vender a patente, Hall fundou a empresa Pittsburgh Reduction Company, com uma produção diária variando em torno de 20 kg, ao custo de U$ 16/kg. Em pouco tempo, vários lingotes foram armazenados, mas logo surgiu uma questão trivial: onde estavam os clientes?
Todas as empresas fabricantes estavam receosas na utilização desse novo metal. Para contornar a situação, ao invés de apenas fornecer o metal, Hall passou a fabricar produtos como chaleiras e outros utensílios, a fim de provar que existia um mercado. O negócio foi crescendo, asim como a gama de produtos que já incluía desde utensílios de cozinha, fios e cabos elétricos, até carroceria de carros. Partes do motor utilizadas no primeiro vôo dos irmãos Wright continham o alumínio produzido por Hall.
A empresa expandiu então suas atividades para a fabricação, extração e produção do metal, chegando a atuar até na geração de energia, sempre mantendo uma forte estrutura de pesquisa e desenvolvimento para novas aplicações do alumínio. No início do século 20, o nome da empresa foi trocado para Aluminum Company of America, ou simplesmente, ALCOA.
Desde então, o alumínio vem se consolidando como o principal material para o revestimento de novas gerações de aeronaves e automóveis, dentre outros produtos que vêm sendo fabricados de forma mais resistente, mais leve e econômica. Além disso, por ser reciclável, tornou-se um produto ecologicamente correto.
Ao longo de toda a sua história, desde a sua fundação até os dias atuais, a ALCOA se manteve como líder mundial na produção de alumínio. A liderança foi fruto da introdução no mercado de um novo material e do desenvolvimento das possíveis aplicações industriais que, até então,não existiam. O pioneirismo e o forte investimento em pesquisa e desenvolvimento garantiram o diferencial inovador desta empresa. Qual é o seu?
