A Volkswagen pretende atingir a produção de 1,9 mil carros dia até 2016 na sua planta de Taubaté, a 120 km da capital paulista, tornando esta a sua maior unidade da América Latina, em volume de produção. O anúncio sobre os novos investimentos da empresa na cidade foi feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, na tarde desta quinta-feira, após a proposta ser aprovada em assembleia pelos trabalhadores.
Segundo o presidente do Sindicato, Isaac do Carmo, a Volkswagen não definiu ainda quanto será investido na ampliação da fábrica e na vinda de produtos exclusivos, de um total de R$ 8,7 bilhões anunciados pela empresa, para serem gastos no Brasil. Ele afirmou, no entanto, que cerca de mil novos postos de trabalho serão gerados diretamente até 2016, além de outros sete mil na cadeia automotiva local.
"O que nós fizemos foi se unir aos trabalhadores do ABC e demonstrar que não haveria necessidade de uma nova unidade no país, conforme pretendia a empresa", disse Carmo. O acordo vem sendo discutido desde novembro do ano passado, quando a empresa anunciou a sua intenção de ter uma nova planta no Brasil, chegando a iniciar negociações com vários estados para definir onde ela seria construída.
Nas negociações, os sindicatos de Taubaté e do ABC deixaram claro para a montadora que as plantas existentes possuíam todas as condições para receber os investimentos.
"Decidimos lutar para que os investimentos fossem realizados nas fábricas, desde que elas comportassem a capacidade de produção desejada", afirmou o sindicalista. A aprovação do acordo, segundo ele, foi um "passo decisivo para a continuidade das operações da Volks em Taubaté".
Na última segunda-feira, dia 26, o acordo foi apresentado pela Volkswagen do Brasil para a direção mundial da montadora, que concordou com as bases da proposta, viabilizando então os investimentos nas plantas de Taubaté e do ABC, diante da aprovação dos trabalhadores em assembleia.
Além do aumento da produção e da criação de novos postos de trabalho, o acordo também contemplará cláusulas econômicas favoráveis aos trabalhadores, como a definição antecipada dos valores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que pode chegar a R$ 16 mil em 2016, e a reposição da inflação mais 2% de aumento real na data-base.
Também serão adicionados 24 dias por ano de produção extra, com pagamento de 75% a mais para sábados trabalhados e 130% nos feriados. Na fábrica de Taubaté trabalham atualmente 5,2 mil trabalhadores.
O Estado de S. Paulo / João Carlos de Faria