Maiores montadoras perderão participação no Brasil

As quatro principais montadoras de veículos do país (Fiat, GM, Volkwagen e Ford) vão perder quase 20% de participação no mercado brasileiro, principalmente para fabricantes asiáticas, até 2025.

O estudo "Competitividade e Futuro da Indústria Automobilística", elaborado pela Fundação Vanzolini a pedido dos Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, Tatuí, Taubaté, São Carlos e São Paulo, projeta a produtividade de automóveis no Brasil com base no crescimento vegetativo do setor cruzado com informações da renda média futura da população.

De acordo com a pesquisa, as quatro montadoras tradicionais, que hoje detêm pouco mais de 80% das vendas de carros, terão um mercado de 66% em cerca de 15 anos. O número de carros produzidos terá um salto de quase 100% no período, passando de 3,5 milhões de unidades em 2010 para 6,2 milhões.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, as projeções reforçam a preocupação sobre o aumento das importações de produtos industrializados e os riscos de desindustrialização pelos quais passa o país. O sindicalista voltou a cobrar do governo a criação de uma câmara tripartite -- formada por trabalhadores, empresas e governos -- para a elaboração de políticas que fortaleçam a indústria nacional.

"Isso não só para o setor automotivo, mas para toda a indústria. Não queremos seguir o mesmo rumo da indústria de calçados e têxtil, que passaram a ser meros importadores", afirmou há pouco, durante seminário sobre o futuro da indústria automotiva.

O professor Roberto Marx, da Fundação Vanzolini, esclareceu que as projeções não levam em conta previsões de importações. "É um cenário com base em demanda de mercado, mostra como o setor estará configurado em termos de produtividades, não temos como prever o que será importado ou o nível de emprego", salienta Marx.


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