Fonte: Agrolink - 22/05/07
Foto: Divulgação
O combate à dengue em São Paulo tem como inimigo mais visível a grande quantidade de pneus fora de uso, armazenados em condições que favorecem a proliferação do mosquito transmissor da doença. A situação tende a piorar com o aumento vertiginoso da frota de veículos.
Segundo a Fundação Seade, de 2002 a 2006 ,o Estado ganhou 3,2 milhões de automóveis, motos, caminhões e ônibus. O número representa um crescimento de 26%. Isso significa que, ao serem substituídos, os pneus utilizados nos veículos vão se juntar aos 20 milhões que são descartados anualmente em todo o País. Que, por sua vez, se acumulam com os 45 milhões espalhados pelas cidades...
Uma solução ambientalmente correta e de apoio à saúde pública foi encontrada pela Unidade de Industrialização do Xisto da Petrobrás (SIX) em São Mateus do Sul (PR). A empresa produz óleo, gás combustível e enxofre a partir do processamento de xisto há mais de 20 anos. E, desde 2001, utiliza 5% de pneus picotados à carga processada de xisto. Além disso, os arames encontrados nos pneus radiais são aproveitados pela indústria siderúrgica. Até agora, cerca de 9 milhões de pneus já foram reutilizados. "Em 1997, o Ibama começou a elaborar a resolução que obriga os importadores de pneus a se responsabilizarem pelo descarte. Nessa época, iniciamos as pesquisas e provamos que era possível incluir o pneu em nosso processo produtivo", conta Waldemar Torii, gerente de comercialização da SIX.
Segundo ele, são processadas, por dia, 50 toneladas - o equivalente a 12 mil pneus de automóveis. "A composição do pneu é de 52% de óleo.
Com a tecnologia que desenvolvemos, não sobra nenhum resíduo. Tudo é aproveitado", detalha Torii. O trabalho começa com a coleta dos pneus descartados, geralmente realizada por catadores organizados em cooperativas ou pela população, incentivada por mutirões organizados pelas prefeituras da região. Os pneus são entregues à uma empresa que faz a picotagem e entrega o material à Petrobrás.
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