Grupo alemão de ferramentas investe R$ 10 mi em Diadema

As perspectivas promissoras da economia brasileira, em razão de eventos como a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016 e as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), estimulam grandes grupos multinacionais a investir no Brasil. É o caso da alemã Guhring, uma das maiores empresas mundiais no ramo de ferramentas de corte rotativas (brocas, alargadores, fresas e outros itens), que vai investir R$ 10 milhões em sua fábrica de Diadema. A empresa tem meta de duplicar seu faturamento no País nos próximos três anos e passar dos atuais 9% de participação de mercado para 20% até 2014.

Para isso, a fabricante - que neste ano já espera crescer 40% frente a 2010, alcançando R$ 30 milhões em vendas -, pretende ampliar seu foco de atuação, para explorar melhor as oportunidades no mercado interno. Atualmente, 70% de sua receita é proveniente de clientes do setor automotivo, incluindo montadoras (nomes como General Motors, Ford, Fiat, Mercedes-Benz e International) e autopeças (entre elas, Schaeffler, Mahle, Fundição Tupy e MWM). Os restantes 30% estão divididos entre a área aerospacial, de artigos médicos e odontológicos e gás e óleo.

Essa proporção pode mudar nos próximos anos, segundo o diretor-geral da Guhring Brasil, Jorge Jerônimo. Isso porque há boas possibilidades de negócios por causa do PAC, com o fornecimento de produtos para indústrias ligadas à construção de hidrelétricas, usinas de energia eólica e obras de infraestrutura (como rodovias e estádios).

O gerente nacional de vendas da companhia, Marcos Mantovani, acrescenta que o grupo mundial tem portfólio de cerca de 44 mil itens, que vão desde ferramentas de 0,05 mm (milímetro) até 250 mm de diâmetro. Desse mix, mais de 8.000 comercializados no Brasil. Como exemplo, a fabricante produz no País brocas de 2,5 mm para a Embraer.

Os planos da empresa no Brasil deverão exigir mudança de endereço, já que a atual unidade fabril tem apenas 2.500 m² de área construída. Equipamentos que serão adquiridos deverão exigir pelo menos 4.000 m². Contratações devem ocorrer também, embora o processo produtivo seja bastante automatizado.

Além disso, Jerônimo destaca que implementa o conceito lean manufacturing (produção enxuta), em que se busca aproveitar mais dos equipamentos e instalações com o menor custo. Atualmente, a fabricante conta com 85 funcionários diretos no Brasil.
Mantovani salienta que há a intenção de reforçar o quadro de vendedores, para ampliar participação em regiões por todo o País. Hoje, a companhia tem atendimento concentrado em Estados do Sul e Sudeste.

Reestruturação
Jerônimo, que tem 20 anos de experiência nesse mercado de ferramentas rotativas, está há um mês no cargo de diretor-geral da Guhring. É parte de um processo de reestruturação do grupo, com o objetivo de dar fôlego novo, para fazer da filial uma das maiores do ramo no País.