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Fonte: 17/05/07
O mercado de créditos de carbono, que usa como referência a tonelada de CO2 para obter a redução de poluentes na atmosfera do planeta, já movimenta US$ 10 bilhões
Segundo o Banco Mundial, o mercado de créditos de carbono representa, em projetos de geração de energia limpa, cerca de US$ 10 bilhões, US$ 1,5 bilhão dos quais no Brasil. Há ainda um potencial de geração de mais US$ 10 bilhões em negócios em todo o mundo, vindos da redução de aproximadamente 1 bilhão de toneladas de CO2 no planeta. Dentro do País, a região Nordeste contribui com menos de 10% dos projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), a forma como os países pobres têm de negociar os créditos de carbono com as nações mais industrializadas.
Para ajudar a divulgar esse mecanismo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), está realizando, em vários estados brasileiros, o curso de Capacitação em Projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo. Esta semana, os técnicos vieram a Fortaleza. Segundo Fernando Ibiapina, presidente do Conselho Temático do Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a ação representa um dos primeiros passos para a implantação de projetos de MDL no Estado.
Marcelo Theoto, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) que proferiu no curso uma palestra sobre oportunidades de negócios e avaliação de atratividade do mercado de carbono, o Brasil, hoje, está na terceira posição em número de projetos, ficando atrás apenas de China e Índia. Mas existe uma grande concentração em algumas regiões do País. Só o estado de São Paulo tem 25%. Outros 32% estão distribuídos entre Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
A grande dificuldade, de acordo com ele, é a alta complexidade dos projetos de MDL, o que eleva o custo. "Só em documentação e estudos, fora os investimentos de implantação, o valor fica entre US$ 60 mil e US$ 175 mil. No caso do Nordeste, a participação de agentes de financiamento, principalmente os públicos, é muito importante", diz.
Segundo Marcelo, para os estados do Nordeste onde não há uma matriz energética baseada na queima de combustíveis fósseis (existem termelétricas, mas a maioria da energia da região vem de hidrelétricas), considerada uma "energia suja", uma forma de entrar nesse mercado é através de projetos de MDL que possibilitem a geração de força a partir de fontes renováveis, como usinas eólicas e painéis solares. "Já que a energia daqui já é predominantemente limpa, o esforço deve ser no sentido de não sujar", diz.
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