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O governo Dilma quer a Vale mais atuante em siderurgia, um setor em que a empresa ainda engatinha. A lógica é simples: diminuir a exportação de minério de ferro e aumentar a de aço, que tem maior valor agregado. Para forçar a companhia a entrar com mais força na siderurgia, o governo avisou que pode sobretaxar a venda de minério de ferro.
“Essa medida não é boa para o governo, porque a balança comercial tem superávit apenas por conta do minério de ferro e da soja”, afirma o analista Pedro Galdi. “Dependendo da taxação, a Vale pode perder competitividade.”
Atualmente, a Vale tem quatro projetos siderúrgicos em andamento que totalizam 21 bilhões de dólares. São eles: Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro; Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará; Aços Laminados do Pará (Alpa), no Pará; e Companhia Siderúrgica Ubu (CSU), no Espírito Santo.
A companhia afirma que continuará a incentivar o desenvolvimento de novos projetos siderúrgicos no Brasil através de participações minoritárias e temporárias em joint-ventures com o objetivo de ser fornecedora exclusiva de minério de ferro. “Entendemos que o Brasil é o melhor lugar para se produzir aço. Por isso, temos estimulado parcerias com nossos clientes para aumentar a produção no país”, disse Roger Agnelli, presidente da Vale em comunicado.
Conheça os projetos da Vale para siderurgia:
Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA)
O projeto começou em setembro de 2004 com a assinatura de um memorando de entendimento entre a Vale a alemã ThyssenKrupp e entrou em operação em junho do ano passado. Com produção anual de 5 milhões de toneladas métricas de placas de aço, o projeto engloba dois alto-fornos e aciaria, porto, coqueria e térmica.
Para erguer a CSA em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, foram necessários 5,2 bilhões de euros em investimentos. A Vale fornece todo o minério de ferro consumido pela CSA, num total de 8 milhões de toneladas por ano.
Em julho de 2009, a Vale aumentou sua participação no empreendimento de 10% para 26,87% para assegurar a conclusão do projeto sem mais atrasos e sua operação a plena capacidade.
Aços Laminados do Pará (Alpa)
Com início de operações previstas para 2014, a usina está localizada no Distrito Industrial de Marabá, no Pará, e terá capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de placas. A obra já tem as licenças necessárias: Licença Prévia (LP) e Licença de Instalação (LI) para a terraplanagem, fase atual da obra e que já teve a maior parte concluída.
A Alpa tem investimento previsto de 3,2 bilhões de dólares e geração de 18.000 empregos na fase de implantação. Na operação deverão ser mais 4.000 empregos diretos e outros 16.000.
A siderúrgica, um investimento 100% da Vale, pretende agregar valor ao minério de ferro extraído das minas de Carajás, no município de Parauapebas, no sudeste do estado.
Em novembro de 2009, a Vale e a Aço Cearense assinaram Memorando de Entendimentos para implantação de linhas de laminação de parte da produção anual da Alpa: bobinas a quente (710.000 toneladas), bobinas a frio (450.000 toneladas) e galvanizados (150.000 toneladas).
Além da usina siderúrgica para produzir placas e aços laminados, o empreendimento compreende um sistema integrado: a construção de um acesso ferroviário, para receber o minério de ferro de Carajás; e a construção de um terminal fluvial no rio Tocantins, para receber o carvão mineral e fazer o escoamento da produção siderúrgica até o Terminal Portuário de Vila do Conde, em Barcarena (PA).
Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)
Após a descontinuação do projeto da Ceará Steel, a Vale iniciou estudos para um novo projeto e, em novembro de 2007, assinou memorando de entendimento com a coreana Dongkuk para a construção de uma usina integrada para a produção de placas de aço no Complexo Industrial e Portuário de Pecém, no Ceará, com o nome de Companhia Siderúrgica de Pecém.
A usina, parceria da Vale (50%) com as siderúrgicas sul-coreanas Dongkuk (30%) e Posco (20%), deverá entrar em operação em 2014. Em março de 2011, a CSP recebeu a Licença de Instalação (LI) para a terraplanagem.
O projeto terá capacidade de produção anual de 3 milhões de toneladas ano de placas de aço para exportação (6 milhões na segunda fase). Em junho deste ano, a Vale, Dongkuk e CSP assinaram memorando de entendimento com o governo do Ceará para a instalação da usina e as obras de terraplenagem foram iniciadas em dezembro de 2009.
A CSP tem investimento previsto de 4 bilhões de dólares na primeira fase e geração de 15.000 empregos durante a obra. Na fase operacional serão mais 4.000 empregos diretos e outros 10.000 indiretos. Além de placas de aço, a CSP também produzirá energia elétrica para consumo próprio, sendo que o excedente será disponibilizado ao mercado nacional.
Companhia Siderúrgica Ubu (CSU)
A usina terá capacidade anual de 5 milhões de toneladas de placas de aço com início das operações previsto para 2015. A CSU tem investimento calculado em 6,2 bilhões de dólares e geração de 20.000 empregos na implantação. Com a entrada em operação da CSU, estima-se que deverão ser criados cerca de 18.000 empregos, sendo 6.000 diretos na operação da usina e 12.000 indiretos.
O projeto surgiu após o encerramento da BV Steel no Maranhão, quando a Baosteel e a Vale assinaram, em 2007, um memorando de entendimento visando a implantação de uma usina para produção de placas em Anchieta, no Espírito Santo. Criaram, então, a Companhia Siderúrgica Vitória (CSV).
Em janeiro de 2009, problemas ambientais levaram a Baosteel a desistir do projeto. A Vale assumiu a totalidade da participação e alterou sua razão social para Companhia Siderúrgica Ubu (CSU). No final do ano, a Vale entregou o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impactos ao Meio Ambiente do projeto ao Governo do Estado do Espírito Santo. Em março de 2011, foi emitida a Licença Prévia (LP) pelo órgão ambiental do Espírito Santo.
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