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Ao menos uma indústria da Zona Franca de Manaus (AM) pode dar férias coletivas a funcionários nas próximas semanas devido à falta de insumos japoneses. O problema é reflexo do terremoto e do tsunami que devastaram parte do Japão há três semanas.
Em Manaus, 36 empresas possuem capital japonês. O país é o terceiro maior exportador de insumos para as indústrias do polo, depois da China e da Coreia do Sul. As empresas importam partes e peças para aparelhos receptores de sinais de TV, partes e acessórios para motocicletas e para motores, circuitos integrados e máquinas e aparelhos mecânicos.
Segundo a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), quatro grandes indústrias de capital japonês têm estoques garantido de peças e partes para fabricação de motocicletas e eletroeletrônicos até junho.
Uma empresa sinalizou conceder férias coletivas, disse Gustavo Igrejas, coordenador-geral de acompanhamento de projetos. "Se a empresa não conseguir o fornecimento da matriz no Japão até junho pode dar férias coletivas", disse. O nome da indústria afetada não foi divulgado.
Igrejas disse que as empresas Moto Honda, Yamaha, Sony e Panasonic deram sinal que vão buscar fornecimento de peças da China. Elas empregam, diretamente, mais de 20 mil pessoas. "Elas dizem que têm até três meses de estoques. A dificuldade é a negociação do fornecimento com a matriz. As fábricas no Japão estão voltadas para o lado social por causa da comoção do desastre", afirmou.
Indústrias de outras nacionalidades, instaladas em Manaus, importam peças de mercados asiáticos, incluindo o Japão. A finlandesa Nokia, uma das maiores fabricantes de celulares, informou que pode haver impacto no segundo trimestre. "Mas já estamos buscando alternativas. Saberemos da magnitude desse impacto em abril", disse Jô Elias, diretora de comunicação da Nokia.
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