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Apesar do crescimento considerável em 2010, de 10,5% em comparação com 2009, a produção industrial do ano passado, quando relacionada a 2008, cai pela metade, mostrando que mesmo com números alarmantes, o que existe, na prática, é apenas uma recuperação. Muitos dos setores industriais não são mais assombrados pela crise mundial, no entanto ainda buscam alcançar o patamar de crescimento pré-crise.
Mas as empresas acreditam que neste ano superem o crescimento recorde de 2008. Mesmo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) se mantendo estável no mês de janeiro, em comparação com os últimos dois meses de 2010, as empresas continuam otimistas. Segunda pesquisa da CNI, o Icei subiu de 61,5 para 62 - valores acima de 50 representam otimismo, quando abaixo, indicam pessimismo. Em janeiro de 2010, o índice alcançou 68,7 pontos.
A Fobrasa Comércio e Indústria de Máquinas é uma das empresas que espera crescer em números superiores aos de 2010. "A atualidade está satisfatória, no entanto, não superou o crescimento alcançado em 2008, ainda", explica a gerente de marketing Gisele Muniz, que ainda assim avalia como positivo os resultados alcançados no ano passado. Mas para superar de vez os números de dois anos atrás, a empresa está investindo no lançamento de novos equipamentos para usinagem. Sem divulgar quais serão essas novidades, a Fobrasa entrou no mercado de plásticos no ano passado, lançando a injetora da marca Haiqiang e ampliando sua área de atuação.
Investimentos em infra-estrutura e em mão-de-obra também fazem parte das estratégias de crescimento. A Nitrion do Brasil, empresa especializada em nitretação a plasma, já divulgou um investimento de R$ 2 milhões na ampliação do seu imóvel, para a instalação de mais uma unidade de nitretação a plasma. "Em 2010 nós já ultrapassamos em 20% os patameres antes da crise em 2008. Com os investimento feitos em 2009 temos planejado um crescimento de 25% em relação 2010", explica Edson Bruch, gerente da empresa.
Esperando crescimento de 20% para alcançar os valores de 2008, a Cimhsa, especializada na venda de máquinas para usinagem, vai fazer investimentos em infra-estrutura e funcionários. É uma estratégia adotada por diversas empresas para poder atender aos clientes, que acaba influenciando em outro número: o de empregos. Em 2010, as vagas de emprego na indústria cresceram 3,4%, e deve continuar aumentando durante 2011.
Outra empresa que também quer alcançar neste ano os valores pré-crise é a Hurth Infer Indústria de Máquinas e Ferramentas (HI), esperando crescer 10% a mais que o ano passado. Para Anielo Milone, diretor da empresa, "certamente, o mercado teve uma mudança nos volumes de compras. A nossa melhoria tem sido graças a novos clientes". Esta mudança de mercado faz com que também se mude a atuação da empresa. Durante este ano a HI pretende aumentar os investimentos em equipamentos, estratégia favorecida pela desvalorização do dólar frente ao real, o que possibilitou, "investimentos em equipamentos que anteriormente nos pareciam economicamente inviáveis".
Mas Milone também ressalta que, por causa da valorização cambial, reduziu, e muito, a possibilidade de se fazer presente no mercado externo. Este espaço perdido influencia diretamente as indústrias nacionais, que sentem a dificuldade de superar as metas pré-crise, já que, além de não conseguir exportar, não conseguem competir no mercado interno com os produtos importados. No entanto, a estimativa para 2011 da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é que as importações caiam de 35,6%, registrado no ano passado, para 23,3%.
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