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A Fiat Automóveis, líder em vendas no mercado brasileiro, vai investir entre R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões no país nos próximos cinco anos. O montante está inserido em um programa total de R$ 10 bilhões que serão aplicados por todo o grupo, que inclui também empresas de autopeças e máquinas agrícolas.
A montadora de origem italiana era a única entre as principais empresas automobilísticas que ainda não havia anunciado novo programa de investimentos. Já a Volkswagen, que tem um plano de R$ 6,2 bilhões para o período 2010-2014, anunciou na segunda-feira o desenvolvimento de um carro pequeno, mais barato que o Gol, que será produzido no Brasil como parte desse programa.
O novo carro da Volkswagen, segunda maior montadora em vendas no País, vai disputar mercado diretamente com o Uno, da Fiat, no segmento de entrada (os mais baratos, na faixa de R$ 20 mil a R$ 23 mil), responsável hoje por 7% do mercado total. "Esse segmento vai dobrar de tamanho nos próximos quatro a cinco anos e não podemos ficar de fora", disse o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall. A intenção da empresa também é se preparar para a concorrência dos modelos chineses, coreanos e japoneses que serão produzidos em breve no País nas novas fábricas da Chery, Hyundai e Toyota, assim como com importados.
No caso da Fiat, o aporte confirmado ontem pelo diretor comercial da empresa, Lélio Ramos, é o maior que o grupo anunciou para um período quinquenal. O novo plano estabelece o dobro do gasto anual em relação ao anterior, que era de R$ 1 bilhão.
Ramos informou que o montante será aplicado principalmente em novos produtos e ampliação da capacidade produtiva, mas a montadora ainda não detalhou porcentuais para cada item. A fábrica da Fiat em Betim (MG) opera praticamente no limite da capacidade, de cerca de 800 mil carros por ano. Há expectativas de uma nova fábrica, mas a empresa não confirma. "Poderemos também ampliar as áreas que atuam em três turnos", disse. Segundo ele, a Fiat vai lançar 20 novos modelos, entre inéditos e reestilizações.
O carro que a Volks desenvolve em parceria com a matriz alemã será um modelo global, que pode ser produzido em outros países. Schmall disse que acabou de voltar de um encontro na Alemanha com a direção do grupo, que está "muito satisfeito" com os resultados do Brasil.
Crescimento
Projeções apresentadas em seminário realizado segunda-feira em São Paulo pela publicação especializada Autodata – que reuniu representantes das principais montadoras e do setor de autopeças – preveem para 2011 um crescimento de 4% a 6% nas vendas totais brasileiras de veículos, incluindo caminhões e ônibus. Este ano, o mercado vai crescer 8%, para 3,4 milhões de unidades.
"Não dá mais para continuar crescendo dois dígitos", afirmou o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. Apesar da projeção de crescimento, Belini demonstrou preocupação com o aumento das importações, que já respondem por 18% das vendas. Anfavea e Sindipeças (que representa os fabricantes de autopeças) preparam uma proposta de política industrial para entregar ao novo governo. O objetivo é garantir a competitividade da indústria nacional.
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