As importações de aço pela indústria automobilística em substituição ao uso do produto fabricado no Brasil podem abrir precedente para uma queda da qualidade do produto final, afirma Harro Burmann, presidente da fabricante de autopeças para veículos pesados Dana Indústrias. Atualmente, segundo ele, a indústria automobilística local importa cerca de 30% do aço utilizado, material que tem qualidade e propriedades diferentes das do produto nacional, já padronizado nas montadoras.
"A cadeia automobilística é a mais desenvolvida da indústria em termos de processo. E o problema ocorre quando alguém se desvia do standard [do inglês, padrão] ou esquece de algum dos fundamentos por algum motivo", afirma Burmann. Para o executivo, os desvios normalmente são causados quando a empresa quer crescer rápido demais ou quando a qualidade das matérias-primas sofre alteração.
"Hoje, 30% do aço vêm de fora, então o padrão está mudando. Isso com certeza vai dar um ruído mais para a frente", explica Burmann. O executivo se apoia na explicação de Gary Convins, conselheiro do diretor executivo (CEO) na Dana e membro do Comitê de Cooper-Standard Automotive Inc., segundo a qual o processo de produção automotivo depende de diversos fatores que devem ser controlados de forma rígida. "É como uma estufa onde se criam mudas de plantas: é imprescindível que se controlem tanto a umidade do ar quanto a qualidade do solo e dos adubos para que não se pague com a qualidade da planta", afirma Convins.
Brasil
A Dana, com sede nos Estados Unidos, anunciou que vai investir US$ 40 milhões nas operações no Brasil para ampliações e lançamentos de produtos. A companhia faturou US$ 3,03 bilhões no mundo no primeiro semestre. O número se aproxima dos US$ 5,2 bilhões que a empresa levantou em todo o ano de 2009. No ano passado, a América do Sul foi responsável por US$ 800 milhões no faturamento.
Com os investimentos no País, a empresa pretende "dinamizar as suas atividades, especialmente nos segmentos de veículos comerciais pesados (pick-ups, ônibus e caminhões) e também em veículos para operações fora-de-estrada e máquinas agrícolas", afirma Burmann.
A questão da qualidade da matéria-prima, segundo o executivo da Dana, é que a certificação dos produtos dos fornecedores asiáticos foi um processo delicado dentro da empresa. "No exemplo que nós tivemos com fornecedores da China, você certifica o lote piloto, começa a produzir e então iniciam-se os problemas. A partir daí, a gente tem de criar uma série de pontos de conferência no meio do processo e voltamos àquele velho conceito de inspeção. E isso gera custo", afirma.
"Empresas sérias, que têm desenvolvimento de fornecedores, vão certificar a matéria-prima que está chegando. Se eles tiverem a certificação em andamento, teoricamente não terão problemas. Mas, até certificar, você encontra uma série de problemas", completa Burmann.
Segundo o executivo da Dana, o preço do aço nacional chega a picos de 36% acima do do produto importado. Entretanto, a empresa privilegia fornecedores nacionais. "Quando há uma situação em que por questão de competitividade a gente corre o risco de perder o negócio, nós vamos atrás de matéria-prima importada, mesmo assim a gente privilegia o fornecedor local", afirma Julio Oliveira, diretor de Vendas e Desenvolvimento de Negócios da Dana. "Quando nós temos de importar, é algum componente pronto ou alguma coisa específica para complementar linha", completa Burmann.
A indústria automobilística está preparada para garantir a qualidade dos produtos, segundo Francisco Satkunas, conselheiro da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE-Brasil). "Respeito muito a palavra do executivo da Dana, isso soa mesmo como um alerta. No entanto, quando se fala em aço laminado, em termos de uso não há nenhuma restrição", afirma Satkunas. "O ideal sem dúvida é chegar a um preço palatável para o aço nacional, mas as usinas das quais se importa são muito modernas e o material é certificado", completa.
As importações de aço da indústria automobilística podem abrir precedente para uma queda da qualidade do produto final, afirma Harro Burmann, presidente da fabricante de autopeças para veículos pesados Dana Indústrias. Atualmente, segundo ele, a indústria automobilística local importa cerca de 30% do aço utilizado, material que tem qualidade e propriedades diferentes das do produto nacional, já padronizado nas montadoras. "A cadeia automobilística é a mais desenvolvida da indústria em termos de processo. E o problema ocorre quando alguém se desvia do standard (padrão) ou se esquece de algum dos fundamentos por algum motivo", afirma Burmann. Para o executivo, os desvios normalmente são causados quando a empresa quer crescer rápido demais ou quando a qualidade das matérias-primas sofre alteração.
"Hoje, 30% do aço vêm de fora do País, então o padrão está mudando. Isso com certeza vai causar um ruído mais para a frente", explica Burmann.
O executivo se apoia na explicação de Gary Convins, diretor executivo (CEO) da Dana e membro do Comitê de Cooper-Standard Automotive Inc., que lembra que o processo de produção automotivo depende de diversos fatores que devem ser controlados de forma rígida.
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