Brasil disputa campeonato mundial de futebol de robôs
Em ano de copa do mundo, o futebol brasileiro também mostra sua ginga na área tecnológica
Por Site Inovação Tecnológica
11/06/2010
Imagens: Divulgação
Copa dos robôs
O futebol do Brasil também pretende alcançar este ano uma vitória na área de tecnologia.
Estudantes de Porto Alegre (RS) e de São Paulo se preparam para mais uma edição do RoboCup 2010. O evento é uma espécie de Copa do Mundo dos robôs e se realiza de 19 a 25 deste mês, em Cingapura.
A competição é considerada a maior e mais importante plataforma de pesquisa em robótica do mundo e vai reunir mais de 400 equipes de 40 países.
Realizado há mais de 10 anos, o evento envolve a participação de robôs inteligentes de uma forma geral. Entre as modalidades estão as categorias: resgate, colaboração e ambiente de simulação.
Jogadores robóticos
Entre os brasileiros participantes, estão alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI), de São Paulo.
As equipes brasileiras estão inscritas na categoria Small Size (que utiliza pequenos robôs de 15 cm de altura), também conhecida como F-180.
O grupo da FEI é formado por nove alunos dos cursos de graduação em Ciência da Computação, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, além de mestrandos.
Os universitários levam para a disputa sete robôs (cinco jogadores, sendo um goleiro, mais dois reservas). Cada jogador robô tem cinco motores e quatro rodas, além de quatro baterias de 7,4 volts.
Em 2009, a equipe da FEI ficou entre as 12 melhores colocadas no torneio realizado na Áustria. A expectativa é de ter desempenho superior nesta edição.
Futebol de robôs
Na partida, atletas e treinadores são substituídos pelas máquinas. O jogo acontece em um campo com 17,5 metros quadrados, onde os robôs são comandados por um programa executado em tempo real no computador.
Duas câmeras, instaladas a uma altura de quase quatro metros, captam as imagens da partida e as enviam ao computador, que controla os robôs por radiofrequência.
"São robôs automáticos que jogam sem a interferência humana, nós somos meros espectadores. É praticamente igual ao futebol que conhecemos, tendo a partida duração de dois tempos de cinco minutos. O juiz também é automático, neste caso uma pessoa apenas aperta os botões para indicar o que ocorreu", conta o coordenador do projeto Futebol de Robôs da FEI, Flávio Tonidandel.
Algumas regras são mais rígidas. "O atacante não pode entrar na área do adversário porque senão é falta ou pênalti. Isso é só para evitar que um robô fique obstruindo o outro", acrescenta o professor, que já acumula experiência em competições com robôs há quase sete anos.
Potência e inteligência
A parte eletrônica dos robôs jogadores utiliza a tecnologia FPGA, um microcontrolador que garante mais flexibilidade aos robôs.
Outra novidade está na parte mecânica, que ganhou motores mais potentes, de 50 watts. Os estudantes da FEI também fizeram modificações no software de inteligência artificial para garantir melhor defesa e tomada de decisões mais rápidas.
"Então, para esse ano temos um sistema de eletrônica mais apurado, mais detalhado, que dá uma capacidade de programação maior. A parte mecânica está mais estruturada, robusta e forte. Os nossos robôs antes eram mais lentos e quebravam peças facilmente ao serem atingidos com chutes muito fortes. Agora eles aguentam mais partidas de futebol", garante Tonidandel.
A equipe da FEI já se prepara para competir na categoria bípedes (robôs humanoides) da RoboCup. A expectativa é aprender nessa edição para competir em 2011. "A dificuldade é maior. Deixar o robô em pé como um ser humano. Cada um enxerga a bola de um ângulo diferente e eles precisam conversar em campo e tomar decisões", esclarece o professor.
A primeira demonstração de futebol robótico humanoide deve ocorrer no Brasil, ainda neste ano, de 23 a 28 de outubro, dentro das programações da Competição Brasileira e da Latino-Americana de Robótica, na sede da FEI.
Desenvolvimento da robótica no Brasil
De acordo com o instrutor da FEI, a participação no mundial trouxe como resultado o grande aprendizado. As competições serviram de motivação para os alunos e para estimular o desenvolvimento da robótica móvel no País, mediante avanços obtidos nas áreas de mecânica, eletrônica e inteligência artificial.
"É preciso trabalhar a parte de cooperação, movimentação e visão dos robôs. As equipes ainda trocam ideias, ciência e tecnologia. Lá fora, em nível de tecnologia, houve grande avanço e investimentos (em especial nos Estados Unidos e na Ásia) e nós também chegamos num nível que começamos a competir bem", avalia Tonidandel.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência online. Ao continuar a navegar no site, você concorda com o uso de cookies. Leia mais na nossa política de privacidade.
Concordo