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Fotos: Divulgação
Empresas que fornecem produtos e serviços para a indústria do petróleo se animam com as perspectivas de negócios na área. A meta, por enquanto, é buscar parcela dos US$ 174 bilhões do plano de investimentos da Petrobras para os próximos cinco anos (2009-2013), que já levam em conta o início da exploração do pré-sal.
"Metade desse investimento é em serviços e a outra, material e equipamentos", avalia o diretor-executivo da área de petróleo e gás da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Alberto Machado.
O dirigente afirma que há boas expectativas, entre outros fatores, porque há alguns anos os investimentos eram cíclicos. "Teve a fase um da Bacia de Campos, depois a fase dois, com intervalo entre uma e outra. A tendência, daqui para a frente, é não ter mais esse vale", prevê.
Além de investimentos contínuos, os fabricantes esperam ter preferência nas compras da estatal. "Estivemos com o Sérgio Gabrielli (presidente da Petrobras), ele nos colocou a par do pré-sal e nos estimulou a investir em tecnologia para termos condições de fornecer tudo para a empresa (com exceção daqueles sem similar no País)", assinala outro diretor da Abimaq, Corrado Vallo.
A área de máquinas já tem se beneficiado dos investimentos da companhia. Enquanto de janeiro a julho deste ano o segmento registra queda de 9,8% nas vendas frente ao mesmo período de 2008, o subsegmento bombas e motobombas cresceu 11,6% e o de bens sob encomenda teve alta de 10,1%, em função do atendimento às áreas de infraestrutura e do petróleo.
Machado avalia que há muito para crescer. Todo o setor de fabricação de maquinário no País faturou R$ 72 bilhões em 2008, dos quais apenas R$ 8 bilhões referem-se ao suprimento para a área petrolífera.
No ABC Paulista
Fabricante de tubos de aço-carbono, a Tubos Ipiranga, de São Bernardo, registrou aumento de 20% no volume de produção neste ano frente a 2008, por conta do fornecimento para o segmento. Um dos principais motivos foi a expansão da capacidade de refino no País.
As oportunidades do pré-sal trazem expectativas ainda melhores. A companhia informa que desenvolve estudos para aproveitar a forte demanda que resultará com as recentes descobertas.
Outra fabricante que fornece para a Petrobras (diretamente e por empresas de engenharia), a Uniforja, de Diadema, também espera ampliar vendas para a estatal. Essa indústria faz conexões de aço forjado, que podem ir em árvores de Natal (cabos que fazem a extração no fundo do mar) e em refinarias.
Uma das maiores empresas de engenharia para a área petrolífera no País, a Tomé, de São Bernardo, ganhou participação relevante no segmento desde 2002, com a atuação na construção de módulos de geração para plataformas de petróleo. Para a empresa, a partir de agora, "as perspectivas são muito positivas, com possibilidades de participação nos empreendimentos de novas refinarias e também no pré-sal".
Eventos ajudam a identificar demandas
Indústrias do Grande ABC poderão ter a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre como fornecer para a indústria do petróleo em dois eventos: a feira Santos Offshore, nos dias 20 a 23 de outubro, na cidade litorânea, e depois, de 10 a 13 de novembro, na Brasil Petróleo, Gás e Meio Ambiente, em São Bernardo (no Pavilhão Vera Cruz).
Em ambos os eventos, a intenção dos organizadores é reunir empresas do segmento para propiciar negócios, com a difusão de tecnologias e a exposição de equipamentos, matérias-primas e processos de gestão e serviços.
A feira da região conta com o apoio da Prefeitura de São Bernardo e da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, entre outras entidades.
Para o secretário executivo da Agência, Fausto Cestari Filho, esse é um temaem que a região precisa se aprofundar, para saber as demandas e identificar "competências locais".
Descobertas também oferecem riscos a fabricantes
O pré-sal traz oportunidades, mas também oferece riscos para a indústria nacional, já que o País passa a ser alvo das atenções de empresas de todo o mundo, segundo o diretor-executivo da área de petróleo e gás da Abimaq, Alberto Machado. "Fui a um congresso offshore (do segmento) recentemente e o Brasil é a vedete dos negócios", assinala.
O problema, na sua avaliação, é que se não houver ação integrada entre o governo, a Petrobras e os fabricantes nacionais, poderá haver problemas para os produtores.
Isso porque Japão, Estados Unidos e China, por exemplo, oferecem condições especiais de crédito para a compra de maquinário nesses países e suas indústrias de máquinas têm isenção de impostos.
"Estamos lutando para que haja desoneração de investimentos. Há 20 anos, o Brasil era o quarto produtor de bens de capital (máquinas e equipamentos); hoje somos o 14º", cita Corrado Vallo. Ele acrescenta que, enquanto na aquisição de carro importado incide alíquota de 35% de imposto de importação, para válvulas e bombas, são só 6%.
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