Foto: Divulgação
A valorização do real ante o dólar e a redução dos custos de matéria-prima permitiram à Usiminas, apesar do desempenho operacional ruim, um lucro líquido de R$ 369 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 112 milhões registrado nos três primeiros meses deste ano.
Apesar do novo fôlego, o resultado ainda está 63% abaixo do registrado no cenário pré-crise do segundo trimestre do ano passado. Na comparação entre o primeiro semestre de cada ano, a diferença é de 85%.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do trimestre -que não inclui, portanto, o componente financeiro- ficou 65% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
“Não estamos satisfeitos com a qualidade da recuperação. Foi mais financeira que operacional”, afirmou o presidente da companhia, Marco Antônio Castello Branco. O grande responsável pela queda operacional, segundo a companhia, foi a deterioração de cerca de 35%, no trimestre, do preço do aço no mercado internacional.
A diretoria da Usiminas trabalha agora com a perspectiva de estabilidade no preço dos produtos siderúrgicos no mercado mundial até o fim do ano, com possibilidade de alta de até 20% em relação ao quadro atual -pouco em comparação com o tombo de 70% nos preços de setembro de 2008.
Segundo Castello Branco, “nunca mais [o mercado de aço] terá o mesmo nível de preço do ano passado”.
A posição cautelosa da Usiminas reflete-se na suspensão, oficializada anteontem pelo conselho de administração, do projeto de construção de uma usina com capacidade de produção de 5 milhões de toneladas anuais em Santana do Paraíso (MG). Atualmente, a companhia possui usinas em Ipatinga (MG) e Cubatão (SP).
A companhia também planeja cortar, até 2011, R$ 1,4 bilhão em seus custos operacionais. Parte disso refere-se à mão de obra, mas, segundo Castello Branco, o corte de pessoal terminou. Desde dezembro, foram eliminados 2.164 postos de trabalho (ou 16% do total).
Ao mesmo tempo, a direção da companhia anunciou o religamento de dois altos-fornos, em Minas e em São Paulo, desligados desde dezembro e março, respectivamente. Também foi anunciado investimento de R$ 215 milhões na usina de Ipatinga para ampliar a oferta de aço ao setor de petróleo e gás.
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