Indústria de fundição tem queda de 73% no último trimestre/08

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Uma das principais fornecedoras da indústria automotiva, a indústria de fundição, não ficou isenta dos efeitos causados pelo estrondo econômico mundial. No último trimestre de 2008, o setor apresentou queda de 73% do volume produzido, nível semelhante a dezembro de 2002. E, segundo a Abifa, a fraca recuperação do início do ano não trouxe nenhum resultado animador.

No Brasil existem cerca de 1.400 fundições, 95% de pequeno e médio porte e 97% empresas de capital nacional, que atendendo solicitações de seus clientes, investiam de forma efetiva no aumento de capacidade e melhoria de sua produtividade.

“As nossas vantagens naturais, neste momento, pouco nos ajudam porque estas são, sobretudo, commodities metálicas que despencaram no mercado internacional, quer em preço como na demanda”, explica o presidente da Abifa, Devanir Brichesi.

“As fundições que se abastecem dessas commodities também não se beneficiaram pelos baixos preços porque, além da queda não ser proporcional à valorização do dólar, os descontos solicitados pelos clientes no mercado interno são maiores do que a redução real recebida”, complementa.

A paralisação de siderúrgicas, bem como das fundições, tem seus reflexos diretos nos insumos de produção. A sucata que é gerada internamente está tendo seus estoques exportados como meio de sobrevivência. A conseqüência mais grave, de acordo com a entidade, virá em breve quando se esboçar uma nova retomada da economia, mesmo que em níveis bem inferiores ao passado. Os produtores de ferro gusa também abafaram cerca de 90% dos seus fornos pela falta de mercado interno e externo.

A expectativa, de acordo com Brichesi, seria de medidas governamentais reduzindo a carga tributária ou prorrogando o seu recolhimento para reduzir o impacto, principalmente, no maior item de custo das fundições que é a mão-de-obra.

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