Foto: Divulgação
A relação capital/trabalho passou por várias transformações nos últimos anos. Paulatinamente as empresas passaram a valorizar outro tipo de profissional, mais comprometido com os objetivos da companhia e com foco em resultados.
Com a mudança, muitas delas passaram a exigir do seu pessoal uma postura diferente alterando a denominação ‘funcionário’ para o que hoje se convencionou chamar de ‘colaborador’.
Desta forma, o que se espera dos profissionais é que possuam um perfil empreendedor, não apenas para se manter e crescer dentro da empresa, como também para garantir a sua empregabilidade no mercado de trabalho. E esta postura não se aplica apenas a executivos, mas também às pessoas de todas as áreas.
“Para nós, não é novidade que o diferencial de cada empresa está em seu capital humano”, explica Ricardo Neukamp, diretor da Vlados – empresa nacional fabricante de válvulas e equipamentos para o transporte de cargas a granel e combustíveis.
“Nós temos uma linha de produtos que está há mais de 25 anos no mercado. Pelo seu sucesso, poderíamos deixar como está e continuaríamos a crescer no vácuo do bom desempenho do setor de transportes. Mas não queremos isto. A alternativa mais viável para sairmos desse vácuo é a inovação”, complementa o diretor.
Mas como desenvolver essa cultura internamente e envolver a equipe de 90 colaboradores nesse processo? Para responder a esta pergunta o executivo convidou, em março deste ano, todos os seus funcionários para participar de um grupo voltado a traçar um planejamento estratégico.
Desta forma, foi criado um comitê com 10 pessoas que redesenhou toda a visão da empresa. Uma das principais conclusões a que chegaram foi que seria necessário inovar para garantir a competitividade da empresa e, consequentemente, a empregabilidade de cada colaborador.
“Não queremos ser apenas mais uma indústria metalúrgica que fabrica válvulas, mas sim mostrar ao mercado que somos capazes de desenvolver soluções em produtos e serviços inovadores. E acreditamos no nosso pessoal, no nosso capital humano”, explica Neukamp.
Para estimular seus funcionários, o Comitê de Inovação criou um sistema de pontuação que premiará o colaborador que contribuir com alguma melhoria na empresa, seja em um processo ou em um produto.
Esse grupo também foi responsável pelo desenvolvimento da missão da empresa, os valores e os princípios que devem nortear todos os processos de seus colaboradores nesta nova etapa.
Além disso, foi criado um personagem, o senhor Inovação (Seu I), para facilitar esta mudança de postura interna. É este personagem que mostra, através de uma cartilha, os passos que cada funcionário – do faxineiro à alta gerência – pode dar para se fazer ouvir pelo Comitê.
Um dos fatores que alavancou esse processo, segundo Neukamp, foi a dinâmica do mercado. “A partir do ano 2000, os custos de produção cresceram vertiginosamente, o que afetou as margens de rentabilidade das indústrias. Com a Vlados não foi diferente e, como a empresa opera em mercados competitivos, não pode repassar esses aumentos de custos para os preços de seus produtos”. Outro motivador foi a globalização que levou os fabricantes nacionais a concorrem não apenas entre si, mas também com os players internacionais.
“Este fator nos lança a uma concorrência que transcende o mercado e causa uma pressão ainda maior nos preços dos produtos. A única maneira de compensar as perdas desses últimos anos é criar processos e produtos inovadores”, explica o executivo.
Para ele, quando todos os colaboradores estão envolvidos com processos de inovação, a empresa dá um passo à frente. “O desempenho positivo obtido por uma empresa que é inovadora não se restringe apenas ao faturamento. É um processo onde todos saem ganhando”, finaliza.
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