Greve pára unidade da Bosch no Paraná

Fonte: Portos e Navios - 11/11/08

Os 5 mil metalúrgicos da fábrica da Bosch no distrito industrial da capital paranaense decidiram, em assembléia na manhã de ontem, dia 10, permanecer com a paralisação iniciada na última sexta-feira em razão de a empresa não apresentou nenhuma nova proposta salarial. Com isso, já são dois dias sem produção na fábrica, que é a maior empresa do setor metalúrgico do Paraná e a maior exportadora de autopeças do Sul do Brasil.

Na sexta-feira, os metalúrgicos rejeitaram a proposta da empresa de 11% de reajuste salarial - que inclui aumento real e a correção de 100% da inflação - para abril do ano que vem, e um abono de R$ 1.500 para o dia 9 de janeiro de 2009 e resolveram cruzar os braços em protesto pelo prazo de 72 horas, aguardando uma nova oferta da Bosch.Na fábrica, com mais de 82 mil m² de área construída, são produzidos sistemas de injeção para motores diesel que estão presentes em mais de 95% dos veículos comerciais que circulam no País e que também são exportados para mercados como Europa, Estados Unidos e Ásia. O sistema de injeção de alta pressão, conhecido como common-rail, é componente essencial para que os motores diesel possam atender as leis brasileiras de emissões de gases de escape.

Os metalúrgicos reivindicam aumento real, a inflação dos últimos 12 meses e abono salarial já em dezembro. Ontem, no final da tarde, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e a Bosch se reuniram na sede do Ministério Público do Trabalho para discutir a paralisação. O Sindicato realiza nova assembléia hoje pela manhã para decidir os rumos do movimento.

Na quarta-feira passada, os metalúrgicos da Bosch já haviam reprovado as duas primeiras propostas da empresa: uma de 11% de aumento para dezembro, sem abono, e outra de incorporação de 100% da inflação - previsão de 7,15%, segundo o Dieese - também para dezembro, R$ 700 de abono para 19 de dezembro, só que com o aumento real de 3,6% para fechar os 11%, somente para dezembro do ano que vem. Na ocasião, os metalúrgicos reprovaram as duas propostas e deram prazo até sexta-feira para que a empresa apresentasse nova proposta, a qual também foi recusada.

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