Fonte: Assessoria de Imprensa da Okuma - 31/10/08
Estandes grandiosos, máquinas e equipamentos de última geração tecnológica e palestrantes de peso não foram páreo para a crise econômica protagonizada pelos EUA, que já começa a ser sentida, em maior ou menor escala, por todos os países do mundo. Ela foi apontada como a principal responsável por esvaziar a
Techmei 2008 – primeira edição da feira promovida pela Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (ABIMEI), realizada em outubro, em SP. Apesar da fraca visitação – eram estimados 25 mil participantes e só compareceram pouco mais de 6 mil – e do cenário econômico pouco favorável, algumas empresas expositoras conseguiram bons resultados, como a
Okuma, tradicional fornecedora de máquinas operatrizes de origem japonesa, que no evento fechou a venda de
dois tornos de pequeno porte modelo ESL-10 para uma empresa fabricante de conexões de roscas.
Na avaliação de Alcino Bastos, gerente geral da Okuma, o mercado entrou em compasso de espera principalmente em virtude do encarecimento das linhas de crédito e das oscilações cambiais. “Economistas como Delfim Netto e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles estimam que o dólar deverá ficar entre R$ 2,00 e R$ 2,05, e o jornalista Joelmir Betting aposta nos R$ 1,90. Particularmente acredito que não importa tanto o valor atingido uma vez que o que causa preocupação é a constante oscilação da moeda, porque fica complicado tanto para o comprador de máquinas importadas, quanto para o fornecedor desses produtos, efetivar negócios nessas condições”, opina. “Além disso é essencial o restabelecimento do crédito, tanto para consumidores finais quanto para as empresas. Sentimos que o crédito está muito seletivo e certamente mais caro”, completou Bastos.
O executivo destaca que ainda é cedo para se fazer qualquer prognóstico sobre como o mercado irá se comportar, mas acredita que nos próximos seis meses as vendas de bens de capital importados deverão ser menores que o esperado porque as empresas estão temerosas do que poderá acontecer e muitas acabam postergando investimentos. Apesar disso, a Okuma estima que fechará seu ano fiscal, que se encerra em abril de 2009, com crescimento de 45%. “É um percentual menor do que havíamos previsto, uma vez que em 2007 tivemos no Brasil um crescimento superior a 100% em termos de faturamento, em relação a 2006. E apenas no período de abril a setembro de 2008, faturamos o equivalente ao registrado no ano fiscal encerrado em março de 2008”, explica Bastos.
Mudança de cenário
Segundo o executivo, antes da eclosão da crise norte-americana, a Okuma fechou vendas significativas durante a
IMTS 2008 - Feira Internacional da Tecnologia em Manufatura, considerada um dos maiores eventos mundiais do setor metal-mecânico e que foi realizada na primeira quinzena de setembro, em Chicago (EUA). “Apenas a filial brasileira - Okuma Latino Americana – vendeu 16 máquinas durante o evento, dez das quais para o mercado brasileiro e as restantes para a Argentina, totalizando em valores R$ 4,6 milhões”, detalha Bastos.
Segundo o gerente geral, até final do primeiro semestre de 2008 o panorama era bastante animador uma vez que o mercado interno estava aquecido e uma série de outros fatores, como queda do dólar, anúncio da nova política industrial do governo e as promessas de redução de juros e de carga tributária, além da abertura de novas linhas de crédito para as indústrias, contribuíram para que empresas de menor porte começassem a investir em tecnologia de ponta.
A Okuma se beneficiou porque esse cenário propiciou uma mudança interessante nas suas vendas no país. Se de um lado alguns clientes tradicionais – multinacionais e empresas de grande porte – reduziram ou postergaram investimentos em novas máquinas em função da redução do dólar, já que um bom número delas exporta considerável parcela de sua produção, de outro lado as companhias de menor porte, que até então não possuíam recursos para adquirir tecnologia sofisticada, passaram a comprar as máquinas da Okuma que, com o dólar em baixa, ficaram mais acessíveis. “Agora nos resta torcer para que o mercado volte à estabilidade o mais breve possível para que as indústrias se sintam mais seguras para investir na melhoria e modernização de seus parques”, conclui Bastos.