Um grupo de nove ONGs contestou ontem a declaração do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que o impasse em relação ao teor de enxofre do diesel brasileiro estaria perto do fim. "A verdade é que a situação não é tão simples. A proposta mais recente de mudança no diesel apresentada pela Petrobrás fica muito longe do diesel de padrão europeu", afirma Oded Grajew, coordenador do Movimento Nossa São Paulo.
Anteontem, o ministro afirmou, em evento na Fiesp, que a partir de janeiro de 2009 os motores já sairiam de fábrica com a tecnologia Euro 5, um nível acima do que pede a lei, e estariam aptos a utilizar o diesel S10, que teria 10 partes por milhão (ppm) de enxofre, padrão usado na Europa.
Porém, a proposta apresentada pela Petrobrás e pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) durante a última reunião realizada para discutir a questão, na semana passada, está longe disso.
A proposta sugere que a partir de outubro o teor de enxofre no diesel utilizado no interior do País passaria de 2.000 ppm para 1.800 ppm. Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Curitiba, Fortaleza, Recife e Belém, cairia de 500 ppm para 50 ppm - mas sem prazo para a execução das mudanças. Por lei, o diesel com 50 ppm já deveria entrar em uso a partir de janeiro de 2009, mas nada foi feito até agora.
"Tanto a Petrobrás quanto as montadoras têm dinheiro e tecnologia para fazer as mudanças. O que falta é vontade política", diz Grajew.
Agora, as entidades estão mobilizando a população para um abaixo-assinado que será entregue ao ministro Minc e ao Ministério Público na próxima reunião que vai tratar do assunto, no dia 26, em Brasília.
Para assinar, é preciso entrar no site
www.nossasaopaulo.org.br.