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Foto: Divulgação
O engenheiro mecânico Erich W. Heine, de 41 anos nascido na África do Sul, é o novo comandante da ThyssenKrupp CSA - Companhia Siderúrgica do Atlântico, o maior investimento do conglomerado alemão fora da Europa. Heine substitui na prática Aristides Corbellini, que continua até 30 de setembro oficialmente como presidente-executivo da CSA, mas sem qualquer função executiva na empresa. Nesse processo de mudança de gestão, Corbellini foi promovido ao cargo de vice-presidente da ThyssenKruppSteel AG para assuntos estratégicos e governamentais no Brasil.
A mudança foi comunicada às autoridades brasileiras diretamente por Karl-Ulrich Köhler, membro do conselho executivo da ThyssenKrupp AG e presidente do conselho executivo da ThyssenKruppSteel AG, em carta datada de 9 de junho, por se tratar do maior projeto do grupo alemão no Brasil.
O projeto da CSA é um complexo siderúrgico que vai abrigar uma usina siderúrgica, uma coqueria, uma térmica e um terminal portuário na baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro. Em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o canteiro de obras da empresa, acompanhado por Köhler.
A troca de comando na CSA é atribuída a atrasos na execução das obras, que aconteceram a partir do final do ano passado. O fato levou o grupo alemão a informar, em comunicado divulgado em meados de maio, o adiamento da entrada em operação da siderúrgica por um período de quatro a seis meses. A usina só deverá entrar em funcionamento no terceiro trimestre de 2009 e não mais no primeiro trimestre do próximo ano, como estava previsto inicialmente. Outro fator que teria influenciado na decisão dos alemães foi o encarecimento de até 20% no valor da investimento, passando de 3 bilhões de euros para até 3,7 bilhões de euros provocada pela alteração no cronograma da obra.
Dificuldades
A construção da CSA tem enfrentado problemas semelhantes aos de outros grandes projetos em andamento no país por conta do aquecimento da economia. Basicamente falta de equipamentos, pouca mão-de-obra qualificada e reduzido número de fornecedores capacitados. Até mesmo um equipamento simples como o bate-estaca - aparelho para cravar estacas no solo -, gerou uma crise no empreendimento, já que ele está em fase de implantação. A CSA chegou a alugar todos os bate-estacas disponíveis que encontrou nos Estados do Rio, São Paulo e Espírito Santo, mas não foram suficientes para atender as necessidades da obra. A CSA acabou tendo que importar o equipamento.
Apesar de contar com 16 mil operários trabalhando no canteiro de obra, incluindo muitos emigrados da usina da CSN em Volta Redonda, a falta de trabalhadores capacitados levou a CSA a fazer um convênio com o Senai para dar cursos profissionalizantes para seus futuros contratados. No momento, a obra que está mais avançada é a da coqueria, encomendada à chinesa CIC que trabalha atualmente com 150 empregados chineses qualificados. Todos estão legalmente no país, como informou o Ministério Público Federal no Rio.
Novos Ares
A entrada de Erich W. Heine na CSA altera a atual estrutura de gestão da empresa. O cargo de principal executivo ocupado por Corbellini foi extinto e o novo executivo, além de se tornar o responsável pela condução das obras do complexo siderúrgico, passa a ocupar o posto de presidente do conselho de administração da ThyssenKruppCSA, antes em poder de Hans-Ulrich Lindenberg, que agora vai assessorar Heine na obra. Corbellini ficará diretamente subordinado a Köhler, presidente da ThyssenKruppSteel.
A usina da CSA está programada para produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço para exportação. Deste total, 3 milhões de placas vão para a unidade siderúrgica que o conglomerado alemão está construindo no Alabama (EUA), que vai ter um laminador. Os outros 2 milhões de toneladas serão destinados às usinas da ThyssenKruppSteel na Europa.
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