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O Japão reduzirá suas emissões de gases de efeito estufa entre 60% e 80% até 2050, de acordo com um plano anunciado nesta segunda-feira pelo primeiro-ministro japonês Yasuo Fukuda.
O governo japonês também diz que pretende ter os mesmos ou melhores níveis de redução do que os registrados na Europa nos próximos 12 anos.
Segundo o correspondente da BBC em Tóquio, Chris Hogg, Fukuda está tentando estabelecer uma reputação para o Japão como líder mundial na área.
Mas, de acordo com Hogg, o Japão utiliza como ponto de referência o ano de 2005 e não 1990, como faz o Protocolo de Kyoto.
Vantagem competitiva
O Japão diz acreditar que a utilização de 1990 como referência dá à Europa uma vantagem competitiva.
Na época, muitos países que pertenciam ao bloco comunista e passaram a ser integrantes da União Européia eram fortes poluidores, e a Grã-Bretanha ainda não tinha completado o processo de privatização de sua indústria do carvão.
Por isso, o Japão afirma que é mais fácil para a Europa dizer que reduziu suas emissões com base em 1990 do que para o Japão, que já tinha, naquele ano, um setor industrial eficiente.
Hogg afirma que, ao tentar mudar o ano de referência para redução de emissões de gases de efeito estuda, o Japão, como outros países industrializados, tenta encontrar uma forma de cortar suas emissões que não deixe o país em uma posição de desvantagem competitiva.
O Japão também anunciou que experimentará um sistema que efetivamente coloque um preço no dióxido de carbono emitido e exija que as empresas reduzam suas emissões.
Empresas japonesas não concordam com o sistema e temem que a medida as coloque em desvantagem com outras não afetadas pelo esquema.