A indústria vai encerrar o segundo trimestre em um ritmo ainda intenso de atividade, puxada pelo setor automotivo, insumos para a construção civil e bens de consumo semiduráveis. Muitas empresas e setores consultados pelo Valor estimam terminar este trimestre com crescimento em relação ao desempenho dos três primeiros meses do ano, o que seria um sinal de aceleração do ritmo de atividade. Há relatos localizados de perda de ímpeto, como na indústria de alimentos, afetada pela alta dos preços, e de eletroeletrônicos, especialmente dos fabricantes de Manaus, cuja produção de abril e maio foi prejudicada pela greve dos auditores fiscais.
Junto com a produção aquecida crescem as pressões de custo. A queda-de-braço entre os produtores de resinas, fabricantes de artigos plásticos e de embalagens e os consumidores finais - como no setor de alimentos - pode afetar a produção. Na indústria automotiva, depois da nova rodada de reajuste do aço, as montadoras devem elevar preços. Também há aumentos nos setores têxtil e de insumos para a construção.
"Na siderurgia eu não consigo vislumbrar um desaquecimento até o fim do terceiro trimestre. Até lá, está tudo comprado", diz o presidente da distribuidora Rio Negro, Carlos Loureiro. Beneficiadas pelo forte movimento do transporte de produtos agrícolas, alimentos e manufaturados, as indústrias de implementos rodoviários (reboques e semi-reboques) também entram em junho sem sinais de arrefecimento na demanda. A Anfir, associação dos fabricantes do setor, informa que os pedidos em carteira chegam a 90 dias de produção, ante 60 dias há um ano. A previsão de crescimento para 2008 foi elevada para 20% e pode ser revisada novamente no início do segundo semestre.
A produção de tintas e vernizes cresceu 8% no primeiro trimestre e depois de um abril prejudicado pelas chuvas, maio trouxe encomendas mais fortes. A Eternit, fabricante de telhas e caixas d'água, está desde o quarto trimestre do ano passado sem crescimento de produção porque chegou a seu limite. Uma linha de produção que entrou em operação em maio vai aumentar a oferta entre 8% e 10%. No setor têxtil, a queda das temperaturas ajudou e quem colocou a próxima coleção na rua já está com um volume negociado superior ao do mesmo período de 2007.
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