Empresas do Brasil, um dos países mais empreendedores do mundo, ampliam a interação no meio virtual e conquistam grandes mercados por meio da Internet.
Apesar da má qualidade de vida de grande parte da população, dos altos índices de desemprego e outros problemas sociais, o Brasil, segundo a maior escola de empreendedorismo do mundo, a Babson College, é um dos países mais empreendedores do planeta.
Somado ao fato de que o povo brasileiro é o que mais navega na internet e também é o que melhor se adapta a inovações no mundo, surge no país um novo conceito de empreender que promete mudar o rumo de grande parte das empresas brasileiras, o empreendedorismo digital.
Como uma das principais dificuldades para o desabrochar do empreendedorismo digital, os baixos índices de capilaridade da internet no Brasil vêm sendo gradualmente combatidos por esforços da iniciativa privada e por campanhas de inclusão digital do governo federal.
Crescimento
Somente em 2007, foram vendidos 23% mais computadores do que em 2006, o que representa cerca de 10 milhões de máquinas, sendo que 64% delas foram vendidas para pessoas que estão comprando o seu primeiro computador. O reflexo disso na sociedade é a formação de um enorme bolsão de usuários que vão começar a usar a internet diariamente, seja ela discada ou não, e que, em pouco tempo, estarão comprando on-line.
De acordo com o consultor web e autor do livro Google Marketing, maior obra de marketing digital do país, Conrado Adolpho, a internet possibilita que qualquer um tenha sua empresa digital por um custo relativamente baixo, tanto de recursos humanos e manutenção quanto de logística ou marketing.
"Todas as funções básicas de uma empresa podem ser resolvidas com soluções muito simples e de forma bem em conta. Basta conhecer as possibilidades que a rede oferece", explica o consultor.
Viabilidade
A manutenção de uma empresa virtual pode significar menos de R$ 90 mensais para manter um site de comércio eletrônico. Quanto ao marketing, o maior e mais importante site de buscas do mundo, o Google, oferece serviços de links patrocinados que já provaram em muitos casos ser muito mais vantajosos do que a milionária publicidade tradicional, uma vez que o anunciante só paga quando há um clique em seu anúncio e os valores são a partir de R$ 0,02.
"Apesar de não parecer difícil nem caro, o que falta ao brasileiro para ser um dos povos com maior índice de empreendedorismo digital é informação. O que o Sebrae faz pelos empreendedores de bricks, empresas feitas de tijolo e cimento, deveria ser feito também pelos empreendedores dos clicks, ou seja, das empresas virtuais", afirma Conrado.
Como diretor da Publiweb Marketing Digital, uma das empresas pioneiras no país a oferecer serviços de otimização de sites e campanhas de links patrocinados, Conrado Adolpho já acompanhou de perto diversos cases de empresas brasileiras que se adaptaram a estratégias de marketing digital que, além de financeiramente mais viáveis, garantem resultados qualificados, uma vez que levam o produto ao consumidor no momento em que ele está buscando, ou seja, no momento em que ele está realmente interessado.
"E não são apenas os links patrocinados ou a otimização de sites que garantem esse resultado. O marketing digital é muito vasto e vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. A opinião de um blogueiro, por exemplo, com relação a determinado produto, conta muito mais do que um banner em um site. As pessoas confiam mais nas informações passadas por outras pessoas comuns, também consumidoras, do que em uma propaganda paga", garante o consultor.
Mercado Virtual
Segundo alguns cases contados por Conrado na segunda edição do Google Marketing, enxergando este grande potencial, muitas empresas tradicionais deixaram de ser apenas de cimento e tijolo e entraram com tudo no mundo virtual. São exemplos disso as Americanas.com, a Fnac, a B2W e o Magazine Luiza, que atualmente tem cerca de 12% de seu faturamento vindo da internet e chega a dar descontos de até R$ 400 em alguns produtos por meio do site.
Em dezembro de 2007, o Magazine Luiza fechou uma parceria com o YouTube para veicular vídeos explicativos sobre os produtos vendidos na rede. A empresa investiu R$ 1,5 milhão nesta ação e pretende aumentar o investimento em mídia on-line de R$ 9 milhões para R$ 14 milhões em 2008.
Só o burburinho que tal iniciativa causou já lhe deu tantos links e referências que já fez valer o investimento. E não é só o Magazine Luiza que utiliza o maior site de vídeos do mundo: incluem-se na lista a Nokia, a BMW, a Revista Exame e muitas outras empresas que reconhecem o potencial deste veículo para gerar recall para sua marca.
Já a B2W, fusão entre a Americanas.com e a Submarino, faturou no primeiro semestre de 2007 cerca de R$ 1,48 bilhões, 50% a mais do que o mesmo período de 2006.
A Fnac trabalha hoje com sete empresas para conseguir entregar pedidos em no máximo três dias. De acordo com o presidente da Câmara e-net, Manuel Matos, todas as empresas que investem em Internet sabem que de 25% a 40% dos consumidores, dependendo do produto procurado, buscam informações sobre o produto na Internet antes de ir na loja efetuar a compra.
"A partir daí, vemos a importância dos blogs e outras ferramentas da web 2.0, que possibilitam que todos os usuários do mundo participem do conteúdo de sites e blogs, dando opiniões, debatendo e fazendo perguntas", conclui Conrado.
O papel do empreendedorismo em um país é crucial para girar a economia dele. No mundo off-line parece que a concorrência não está ajudando em nada os novos negócios a surgirem e prosperar. No mundo on-line, existe uma infinidade de novas oportunidades ainda não exploradas devidamente.
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