Empresas brasileiras avançam na agenda ESG, mas 26% ainda desconhecem o tema

Estudo da TOTVS revela desafios e oportunidades para integrar práticas sustentáveis, sociais e de governança no cotidiano corporativo

A agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) está conquistando cada vez mais espaço nas empresas brasileiras, mas ainda há desafios significativos para torná-la uma realidade consolidada. Um estudo realizado pela TOTVS durante o evento Universo TOTVS 2024 revelou que 77% dos profissionais entrevistados reconhecem a importância das práticas ESG para suas empresas. Apesar disso, 26% dos participantes nunca ouviram falar do termo, evidenciando a necessidade de maior conscientização e educação sobre o tema.  

O levantamento, conduzido em parceria com a H2R Insights e Trends, envolveu 481 profissionais de áreas como Tecnologia, Finanças, Marketing, Vendas e RH, abrangendo cargos desde analistas até CEOs. O estudo mostrou que 51% dos respondentes enxergam ações concretas de ESG nas empresas onde atuam, mas apenas 21% das organizações possuem uma área dedicada à agenda, e 16% contam com uma pessoa responsável por coordenar iniciativas específicas.  

Pilar Ambiental lidera percepção de ESG

Entre os três pilares da agenda ESG, o Ambiental é o mais reconhecido pelos participantes. A preservação do meio ambiente foi apontada como prioridade por um terço dos entrevistados, seguida pela sustentabilidade da produção e pela redução de emissões de gases poluentes. Para Sérgio Sério, Diretor de Sustentabilidade e Relações com Investidores da TOTVS, essa atenção ao pilar ambiental reflete a urgência dos impactos das mudanças climáticas e da escassez de recursos naturais.  

No campo social, os destaques foram diversidade, inclusão e ações sociais. Já na governança, os entrevistados valorizaram práticas como segurança de dados, compliance e liderança orientada para ESG.  

Tecnologia: um aliado ainda pouco explorado

Embora a agenda ESG esteja avançando, a tecnologia para gerenciar e monitorar essas iniciativas ainda é subutilizada. Segundo o estudo, 79% das empresas não utilizam sistemas para gestão ESG, o que limita a eficiência e a mensuração das ações realizadas. “Assim como o uso da informação é fundamental para que uma organização tome as melhores decisões para a estratégia de sua operação, o mesmo raciocínio vale para ESG. A tecnologia precisa ser adotada para que as ações sejam mais precisas, coordenadas e melhor mensuradas para gerar valor ao negócio. Inclusive, a tecnologia é ponto chave para a apresentação com qualidade de relatórios como Relato Integrado, GRI, SASB e CDP. A tecnologia é, e será cada vez mais, um suporte para construção de um futuro sustentável”, completa Sérgio.

Motivações e perspectivas para ESG

Quando questionados sobre as razões para adotar práticas ESG, 46% dos respondentes afirmaram que é “o certo a ser feito”. Outros 22% mencionaram o cumprimento de exigências legais, enquanto 12% citaram a pressão de clientes e consumidores.  


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O estudo também apontou um otimismo em relação ao futuro: dois terços dos entrevistados acreditam que as práticas ESG nas empresas continuarão a crescer nos próximos três anos, com profissionais de Finanças (90%) e RH (94%) sendo os mais confiantes.  

Com espaço para amadurecimento, o avanço da agenda ESG representa tanto um desafio quanto uma oportunidade para o mundo corporativo brasileiro. Adotar práticas sustentáveis e investir em tecnologia para gerenciar iniciativas podem ser os diferenciais que ajudarão empresas a se destacarem em um mercado cada vez mais orientado para a sustentabilidade.

*Imagem de capa: Depositphotos.com