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A biodiversidade brasileira, que representa 20% da diversidade biológica mundial, é um dos maiores patrimônios do país. Integrar essa riqueza natural ao processo de desenvolvimento, promovendo a conservação e o uso sustentável das florestas, é um desafio, mas representa também uma oportunidade, especialmente para o setor de papel e celulose.
Na Suzano, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e referência global no uso sustentável de recursos naturais, a estratégia de transição para uma economia de baixo carbono envolve inovabilidade, um conceito que ganha cada vez mais relevância na agenda das empresas.
“Inovabilidade significa a junção entre inovação e sustentabilidade, pois acreditamos que esses dois pilares caminham juntos em direção a uma economia de baixo carbono”, explica Mariana Lisbôa, líder global de Relações Corporativas da empresa.
A executiva participou de painel que discutiu o papel das florestas e da bioeconomia na redução de emissões de gases de efeito estufa, no encontro Estratégia da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na entrevista a seguir, ela detalha como a empresa tem atuado em relação à sustentabilidade e se prepara para a economia de baixo carbono.
Agência Nacional da Indústria: Como as mudanças climáticas impactam nos negócios da Suzano?
Mariana Lisbôa: As mudanças climáticas são um dos maiores desafios da humanidade, e ao longo dos últimos anos pudemos observar de maneira cada vez mais clara os impactos de suas consequências nos mais diversos aspectos.
Considerando que as atividades do setor de papel e celulose dependem da gestão de florestas, que fazem uso de recursos hídricos, do solo e outros ativos ambientais é possível afirmar que as mudanças climáticas impõem desafios relevantes ao setor e à sua produtividade. No Brasil, especificamente, as mudanças climáticas podem representar, entre outras coisas, alterações no regime de chuva, surgimento de novas pragas e impactar a fertilidade do solo.
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Nesse contexto, nossa linha de atuação é investir em pesquisa e tecnologia para promover cada vez mais a redução de nossos impactos ambientais e garantir, em um eventual cenário adverso futuro, a manutenção da nossa produtividade.
Agência Nacional da Indústria: De que maneira sua empresa vem se preparando para uma economia de baixo carbono?
Mariana Lisbôa: A Suzano se prepara para a economia de baixo carbono através da inovabilidade e de metas de longo prazo. A inovabilidade faz parte de nossa missão e significa a junção entre inovação e sustentabilidade, pois acreditamos que esses dois pilares caminham juntos em direção a uma economia de baixo carbono. A partir desse direcionador, aliado aos outros valores que nos guiam, podemos gerar e compartilhar valor para outros negócios, para as pessoas e para o mundo.
Veja o exemplo do nosso desenvolvimento de novos produtos. Nos últimos anos lançamos tecnologias como a do Eucafluff e da Celulose Microfibrilada, e estamos desenvolvendo o Bio Óleo a partir do eucalipto. Esses são exemplos de desenvolvimentos que vieram para substituir produtos, geralmente derivados do petróleo, que tem maior impacto ambiental.
Paralelamente, buscamos impactar em todas as frentes de atuação da empresa, criando as nossas metas e compromissos de longo prazo, inspirados na década de ação da ONU. Estabelecemos uma série de metas com o prazo de 2025 e 2030 em diversas áreas, com o intuito de contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Agência Nacional da Indústria: Como sua empresa avalia a condução desse tema pelo Brasil e pela comunidade internacional?
Mariana Lisbôa: Creio que o mundo tomou ações relevantes nos últimos anos, mas ainda insuficientes para atacar de forma decisiva o problema. Precisamos finalizar a implementação do Acordo de Paris que, entre outras coisas, cria mecanismos de mercado para a mitigação das mudanças climáticas, uma solução fundamental.
Adicionalmente, ainda não exaurimos no âmbito global a discussão acerca de justiça climática. Não se pode separar as questões sociais do todo, elas são parte do problema do aquecimento global e também parte da solução. Ao contrário disso, me parece que vem ganhando foco, em especial na Europa, o protecionismo climático, o que pode piorar essa equação. Os países desenvolvidos precisam se atentar para isso.
No contexto brasileiro, é notável que o país deu importantes passos na direção correta durante a COP26 e ao longo de 2022 avançou também na criação de um mercado regulado de carbono para país. Apesar disso, creio que precisamos acelerar esses movimentos no Brasil, o que passa pela urgente concretização do mercado de carbono, dos compromissos internacionais e pela priorização na adoção de outras políticas públicas que possam incentivar e trazer segurança jurídica a essa transição.
Imagem de capa: Depositphotos
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