Presença de profissionais negros no setor automotivo cresce 138% em dois anos

Estudo mostra que houve avanço no quadro funcional, mas ainda faltam diretrizes concretas para transformar o perfil da liderança.

O número de colaboradores negros no setor automotivo aumentou de 9,8% para 14,6% entre os anos de 2019 e 2021. A conclusão é do estudo Diversidade no Setor Automotivo 2021, que teve sua terceira edição divulgada nesta semana, indica que as ações afirmativas das empresas para incluir talentos pretos e pardos tem surtido resultados. Ainda que a particiipação siga pequena, em números absolutos houve evolução de 138% no número de profissionais negros empregados no segmento.

A concentração de pretos e pardos, no entanto, está nos cargos de entrada. O grupo segue com baixíssima representatividade na liderança. A maior presença de profissionais negros é nos cargos de trainee ou estagiário (22%) e aprendiz (15%). No quadro funcional, esses profissionais são apenas 16%, enquanto 15% dos supervisores, coordenadores e chefes se autodeclaram pretos ou pardos. A maior desigualdade de etnia é na liderança, majoritariamente branca e masculina. Apenas 6% da diretoria do setor é negra e 3% da vice-presidência, presidência ou conselho.

O estudo foi realizado por Automotive Business, com a coordenação técnica da MHD Consultoria. A pesquisa mostra que faltam ações para fomentar a ascensão profissional de pessoas não brancas em empresas do segmento. Apenas 8% das organizações têm metas para a presença de pretos e pardos no quadro funcional e 17% para a liderança. Em 2019, o porcentual era ainda menor: apenas 4% tinham objetivos para a particiipação negra na liderança.

Um fator positivo é que o grau de maturidade das empresas automotivas no eixo etnia foi o que mais evoluiu em dois anos. Em 2019, 52% das empresas não tinham ações voltadas para a contratação e a inclusão de pessoas negras. Em 2021, 31% das empresas têm programas estruturados e 41% estão no estágio inicial das ações.            


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Sem um esforço efetivo das organizações, a perspectiva para alcançar a equidade entre negros e branco é baixa. Isso porque, apenas 31% do setor avaliam que a contratação e promoção de pessoas negras deverá melhorar no período pós-pandemia. Para 55%, o cenário ficará igual e 13% avaliam que pode piorar.

Na terceira edição do estudo, participaram 84 empresas de pequeno, médio e grande porte. Para trazer a representatividade do segmento, o levantamento abrange os diferentes elos do ecossistema automotivo, com as fornecedoras de autopeças como o maior volume de respondentes, seguidas das montadoras – algo que expressa a própria distribuição das empresas na indústria automotiva.