General Motors retoma produção em dois turnos em todas as fábricas no Brasil

Planta de São Caetano terá o reforço de cerca de 1.800 trabalhadores no chão de fábrica; unidade de Gravataí, no Rio Grande do Sul, volta em 4 de outubro.

A GM (General Motors) anunciou que vai retomar a produção normal de veículos na fábrica de São Caetano na segunda-feira (27) e em Gravataí, no Rio Grande do Sul) no dia 4 de outubro, com o retorno do segundo turno de trabalho nas duas unidades. Com isso, a empresa reforça a produção com cerca de 1.800 trabalhadores que foram colocados em férias coletivas a partir do dia 30 de agosto e projeta recuperar ao menos parte dos cerca de 200 mil veículos que deixou de produzir no período em que as unidades ficaram fechadas por falta de semicondutores. 

"O campeão voltou", disse o novo presidente da GM na América do Sul e Brasil, Santiago Chamorro, na manhã do dia 21, em sua primeira conversa com grupo de jornalistas brasileiros após assumir o cargo, em 31 de agosto. Ele ainda está nos Estados Unidos, preparando a volta ao País, e fez o anúncio on-line. 

“Nos preparamos para este momento e faremos de tudo o que está ao nosso alcancepara atender à demanda dos clientes, ao mesmo tempo em que mantemos nosso foco na sustentabilidade do negócio na região”, afirmou Chamorro. “Este é um momento muito importante para funcionários, sindicatos, fornecedores, concessionários e consumidores”, completou. 

O executivo presidiu a filial brasileira entre 2013 e 2016, e ocupava, na sede da matriz em Detroit, o posto de vice-presidente da divisão global de serviços conectados antes de ser escolhido para voltar ao Brasil e suceder Carlos Zarlenga, que assumiu a operação no Brasil em 2016. Ele deixou a companhia em 2019, após cerca de três anos no comando, que incluiu a presidência Mercosul (a partir de 2017) e depois para nove países sul-americanos (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Uruguai). 

A fábrica de Gravataí, onde é produzido o Onix, ficou quase dois meses paralisada em razão da falta de chips, problema que atinge montadoras de todo o mundo. A de São Caetano, que produz Tracker, Spin e Onix Joy, suspendeu a produção por mais de dois meses, período em que também realizou obras para o início da produção da nova Montana, em 2022. 

Volatilidade 

Chamorro disse que os problemas de suprimento de semicondutores e outros componentes prosseguem, mas o grupo trabalha para administrar a volatilidade de abastecimento da melhor forma possível. "Há um trabalho gigantesco, de forma global, para redesenhar nossa manufatura de produtos e a cadeia de logística de suprimentos", afirmou o executivo. 


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O objetivo é tentar depender menos de poucos fornecedores concentrados na Ásia. A partir das próximas duas semanas, as três fábricas de automóveis da marca no País estarão trabalhando em dois turnos -- a de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), onde são feitos a picape S10 e o SUV Trailblazer já operava nessas condições. Só com a operação em um turno nas unidades do Rio grande do Sul e do Interior paulista, a partir de meados de agosto, a marca já conseguiu alcançar 12% de participação nas vendas de automóveis e comerciais leves neste mês (até terça-feira,21), informa Chamorro. Nos últimos meses, a fatia estava na casa dos 7%, já que o Onix era o carro mais vendido da marca e campeão de vendas no País por vários anos. 

"A retomada da produção mais acelerada a partir de agora é um bom momento para ampliar nossos esforços para criar na região um negócio auto sustentável", afirmou o executivo colombiano. A GM registra prejuízos na América Latina há vários anos seguidos. 

Apesar dos percalços, a GM segue mantém o projeto de investimentos. São R$ 10 bilhões que estão sendo destinados ao desenvolvimento de novos produtos, como a Nova Montana, e à modernização das fábricas da empresa no Estado de São Paulo. “Esses investimentos vão alavancar a nossa estratégia de crescimento para os próximos anos no Brasil e na América do Sul, com novas tecnologias e produtos que vão contribuir para melhorar a rentabilidade e garantir um futuro sustentável para o negócio”, declarou Chamorro.