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Cientistas do Centro de Pesquisas Conjuntas da Comissão Europeia anunciaram ontem (26) que detectaram uma grande diferença, igual ao valor aproximado de emissões anuais dos Estados Unidos, entre a quantidade de emissões que causam o aquecimento global reportada por países e a quantidade que chega à atmosfera de acordo com modelos independentes.
A lacuna de cerca de 5,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano ocorre não por conta de erros cometidos pelos países. O motivo é devido às diferenças entre métodos científicos utilizados em inventários nacionais que são reportados pelos países sob o Acordo de Paris de 2015 de mudanças climáticas, e os métodos utilizados por modelos internacionais.
“Se modelos e países falarem em línguas diferentes, a avaliação do progresso no clima será mais difícil”, disse Giacomo Grassi, autor de um estudo sobre o assunto e autoridade científica do Centro. “Para abordar esse problema, precisamos encontrar uma maneira de comparar as estimativas”.
A diferença entre os números de emissões, explicada no estudo publicado nesta segunda-feira na Nature Climate Change, pode significar que alguns países precisam ajustar suas reduções de emissões. Por exemplo, os modelos nacionais feitos por Estados Unidos e outros países mostram mais territórios florestais capazes de sequestrar carbono do que os modelos independentes indicam.
O estudo conclui que as estimativas nacionais, que permitem definições mais flexíveis dessas áreas, mostram cerca de 3 bilhões de hectares de florestas administradas pelo mundo a mais do que os modelos independentes.
O risco é que alguns países possam afirmar que suas florestas estão absorvendo grandes quantidades de emissões e não façam o bastante para cortar emissões de carros, residências e fábricas. (com Reuters)
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