Mercer divulga pesquisa brasileira sobre continuidade nos negócios e saúde da força de trabalho em tempos de crise

56% das empresas possuem um plano de continuidade dos negócios para casos de epidemias e greves; 97% pretendem adotar alguma ação da Medida Provisória (MP) 927.

Os impactos da pandemia do Covid-19 têm levado empresas e governo a repensar mecanismos de reestruturação das práticas de trabalho para garantir a continuidade dos negócios e a manutenção dos empregos. Para entender melhor esse cenário, a Mercer, líder global de consultoria em carreira, saúde, previdência e investimentos, realizou a pesquisa Continuidade dos Negócios e a Saúde da Força de Trabalho em Tempos de Crise, que ouviu 240 organizações de todo o país.

O levantamento revela que 56% das empresas possuem um plano de continuidade dos negócios para casos de epidemias ou greves. Para 52%, o desenvolvimento desse planejamento foi realizado apenas recentemente.

“Em situações como a que vivemos, corporações e governo devem ter agilidade na adaptação a uma nova realidade, como mudanças nas suas rotinas para proteção de seus colaboradores e preservação de suas atividades econômicas. Disso depende a sobrevivência das organizações e a minimização dos impactos econômicos e nos empregos. O fato de quase metade das organizações (44%) não estarem preparadas para um break down é surpreendente, mas gerou aprendizado. Certamente não seremos os mesmos depois dela”, afirma Rafael Ricarte, líder de produtos de carreira da Mercer Brasil.

Impacto - Com relação às consequências geradas pela pandemia do coronavírus, 41% das empresas afirmaram que o impacto foi moderado, exigindo a manutenção de alguns funcionários trabalhando presencialmente. Já 32% afirmaram que o impacto foi mínimo, conseguindo manter boa parte dos colaboradores trabalhando remotamente. Para os 27% restantes, o impacto foi alto, pois a maioria dos colaboradores precisa trabalhar presencialmente.

Essa é outra questão que aponta para um novo normal na retomada das atividades. Empresas de setores que não necessitam da presença física do colaborador descobriram que não houve perda de produtividade com o trabalho remoto, ou seja, é possível fazer mais, com menos espaço físico, o que propiciará economia com custos fixos.


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“As companhias deverão repensar os recursos com aluguéis de prédios comerciais. Entretanto, essas mudanças devem ser feitas com cuidado para não terem impactos negativos. Um exemplo de como isso deve ser refletido e acompanhado é o de alguns bancos de varejo nos Estados Unidos, pioneiros na extinção de agências e implantação de plataformas online. Aqueles mais radicais, com eliminação mais elevada, tiveram que retroceder e reabrir agências para atender clientes que ainda demandavam o atendimento físico”, alerta Ricarte.

Segurança dos colaboradores - Entre as empresas que não estão com toda a atividade sendo realizada à distância, 81% confirmaram a adoção de alguma medida de segurança para os colaboradores, enquanto 12% não adotaram e 7% estão com adoção de medidas em análise. Entre as medidas adotadas, figuram a reestruturação do espaço físico para evitar aglomerações (56%); flexibilização nos turnos de trabalho (34%), e outras medidas como aferição de temperatura corporal, questionário na entrada da empresa e alterações no processo de limpeza (21%). Com relação ao deslocamento, 53% adotaram medidas para que seus colaboradores evitem o transporte público, enquanto 33% não adotaram e 13% têm medidas em análise.

Minimização dos impactos econômicos – Grande parte das empresas brasileiras estão experimentando impactos negativos em suas atividades, com queda na operação e nos lucros, solicitação de renegociação e/ou suspensão e, às vezes, cancelamentos nos contratos de clientes, gerando prejuízos que, por sua vez, podem levar muitas delas a ter que demitir colaboradores e até a encerrar suas atividades. Para minimizar esses efeitos, foram implementadas as Medidas Provisórias 927, com o objetivo de combater as consequências da pandemia do Covid-19 na economia do País, e a 936, que visa garantir a continuidade das atividades laborais e empresarias, reduzindo o risco de desemprego e o impacto social. Consultadas sobre a adoção das medidas previstas nessas MPs, 97% pretendem lançar mão alguma das opções previstas na medida 927. Já com relação à 936, 40% das organizações pretendem adotar alguma ação.

Rafael Ricarte sugere parcimônia na utilização dos dispositivos previstos nas MPs. A pesquisa indicou que 68% das empresas quer reduzir headcount. “Se essa redução não for bem analisada, a empresa pode perder musculatura para retomada, renunciando, eventualmente, a recursos importantes, com conhecimento sobre os processos da companhia e capital intelectual, o que não se forma novamente do dia para noite”, afirma.

As empresas interessadas na pesquisa podem obter mais informações pelo correio eletrônico [email protected].


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