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Marcelo Pereira | 18/03/2020
Notícias
Partindo do princípio de que o aprendizado e a evolução da espécie humana não têm fim, vemos ciclos e gerações que tendem a representar a conclusão de uma era e o surgimento, através de novas tendências, de outros ciclos que chamamos de futuro. O que nos move, e foi ponto de partida de muitas das maiores invenções, é a capacidade que temos de observar comportamentos, necessidades, obstáculos e oportunidades para assim criar.
O quão relevantes serão as soluções para o setor e como entregá-las? Tudo partirá da capacidade das empresas de observar o comportamento humano adaptado à realidade das cidades, sejam elas megalópoles, grandes centros ou mesmo vilarejos. As inovações jamais nascerão de uma única mente ou governo, mas serão elaboradas a partir das questões estruturais, da realidade de cada localidade e das expectativas do consumidor.
Contudo, pensando no cenário brasileiro, é inevitável nos perguntarmos: estamos preparados para entregar as melhores soluções para o consumidor brasileiro ou estamos querendo impor as soluções de outros países?
Há um claro conflito nesse ponto. De um lado, parlamentares que levantam a bandeira pelo fim dos veículos movidos a gasolina e diesel até 2040, espelhando-se em países e economias que estão distantes da realidade brasileira. De outro, as montadoras que buscam passar a imagem de engajamento, sustentabilidade e tecnologia com produtos cujo preço é pouco compatível com o poder de compra da grande maioria dos clientes locais.
Por fim, os consumidores, que buscam um veículo que equilibre economia por quilometro rodado, baixo custo de manutenção e que atenda suas necessidades em relação a design, status, versatilidade na cidade e no lazer com a família.
Portanto, este ecossistema será regido pelo equilíbrio entra a oferta de um bom custo-benefício e a facilidade na utilização, com montadoras, distribuidores e governo como parte integrante de um painel de players à disposição do consumidor.
As soluções relevantes virão do equilíbrio para um transporte:
• Mais barato e melhor para o consumidor (pluralidade);
• Mais amigável ao meio ambiente, porém com autonomia;
• Melhor adaptado às regiões do país.
Por fim, vale ressaltar que os veículos tradicionais a combustão não vão sumir de cena, mas irão coexistir em proporções cada vez menores com o passar dos anos, variando em função da maturidade de cada mercado.
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Observar a evolução das necessidades dos consumidores ao longo da vida é chave para criar soluções adaptadas. Os usuários de patinetes, bicicletas e aplicativos de hoje, em uma etapa futura de suas vidas, talvez com filhos, sentirão a necessidade de compra e posse de um veículo. E, ao chegarem à melhor idade, voltarão a usar os serviços de aplicativo devido a restrições de mobilidade ou por opção.
Pluralidade, coexistência, observação e inteligência de mercado são as palavras-chave. Associadas, elas promoverão melhores soluções, amanhã e nos próximos ciclos do futuro.
* Este texto faz parte da série de artigos Como entregar soluções relevantes para o futuro do setor automotivo e da mobilidade? Veja mais aqui.
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Marcelo Pereira
diretor da área de Quality Measurement na Ipsos e um dos embaixadores do #ABX20.
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