Compra da Ford SBC é remota, diz Caoa

Empresário tem planos de trazer outra marca chinesa de carros ao Brasil

“Não digo que não pode acontecer mais, ainda há chance, mas [o negócio] ficou remoto.” Assim o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, chairman e proprietário do Grupo Caoa, definiu a situação das negociações com a Ford para adquirir a fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo (SP), fechada pela montadora no mês passado .

No início de setembro, a aquisição foi dada como certa após anúncio feito no Palácio dos Bandeirantes pelo governador paulista João Doria ao lado de Andrade e executivos das duas empresas. Mas a transação nunca foi concluída e as atividades da linha de produção foram encerradas conforme a Ford comunicou que faria ainda no início de 2019.

Ao que tudo indica, Caoa e Ford não chegaram a entendimento sobre os valores envolvidos no negócio, incluindo passivos que seriam deixados para a empresa de Andrade, após realização de auditoria que iria verificar as condições da planta do Taboão, suas potencialidades e dívidas. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC acusou o BNDES de negar o financiamento para a compra, mas o banco de fomento informou que não financia aquisições e Andrade nega que a transação dependesse desses recursos.

“Não preciso do BNDES, somos uma empresa capitalizada, mas precisamos de muito mais capital para levar adiante os grandes investimentos que planejamos nos próximos anos”, rebateu o empresário em rápida conversa com jornalistas na manhã da terça-feira, 10, quando reuniu a imprensa para divulgar os resultados e planos dos diversos empreendimentos do grupo.

“Fiquei interessado na planta da Ford porque considerei um pecado fechar uma fábrica dessas com tantos bons equipamentos lá dentro. Nossa intenção era fazer muitos projetos lá (não só os caminhões)”, afirma Andrade. “Mas não desisti do nosso plano, estive na China no mês passado negociando com muitas empresas e poderemos fazer o investimento em outro local com outro sócio”, completou.


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Andrade nunca escondeu seu desejo de ter sua própria montadora – isso ele já tem desde 2007 com sua fábrica de Anápolis (GO) que monta modelos Hyundai e Chery; além de uma planta em Jacareí (SP), que mantém em sociedade meio-a-meio com a fabricante chinesa Chery –, mas também quer uma marca 100% brasileira de veículos. “Ainda sigo com o plano de no médio prazo ter aqui uma marca [de veículos] importante não só no Brasil mas também no mundo todo. Esse é um sonho que vou perseguir”, garantiu.


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