Venda de máquinas de costura sobe 30%

Cenário é alavancado, especialmente, por desempregados que se transformam em artesãos em busca de renda, aponta a principal revendedora de maquinário no país

Impulsionadas, principalmente, pelo setor de artesanato, a indústria de máquinas de costura tem registrado um crescimento robusto nos últimos anos no Brasil, especialmente durante o período conhecido como “pós-crise”. Segundo a Andrade Máquinas, a principal distribuidora deste tipo de máquinas no país, as vendas de máquinas domésticas – bastante utilizadas por quem trabalha com artesanato – acumulou alta de 30% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2018. Já em relação ao faturamento, o avanço gira ao redor de 20% ao ano. No fundo, o comportamento do comércio desses equipamentos reflete uma faceta do desemprego.

Desempregados ampliam perfil...

O gerente de Produtos da Andrade Máquinas, Dagoberto Abrão, observa que, apesar dos proprietários de ateliês estarem entre os principais consumidores dos maquinários, desempregados também ampliaram a diversidade do perfil de compradores inseridos na economia criativa, onde predominam mulheres e pessoas na faixa da terceira idade e que trabalham com patchwork, por exemplo. “Para driblar a crise, a partir de 2014, muitos demitidos aderiram à compra de máquinas de costuras domésticas para fazer patchwork, bordados e, assim, aumentar a renda da família.”

...de compradores

Quem optou por trabalhar com artesanato fez uma boa escolha, tanto que o mercado está em alta há algum tempo, observa Abrão. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que cerca de 10 milhões de brasileiros vivem da venda de produtos feitos manualmente. Já o mercado movimenta em torno de R$ 50 bilhões por ano. “Em virtude da industrialização e da produção em massa de produtos, as peças artesanais, muitas vezes exclusivas e originais, ficaram cada vez mais valorizadas”, aponta o gerente da Andrade Máquinas.

Preço acessível aos artesãos


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Abrão acredita ainda que a alta nas vendas das máquinas de costura também tem relação com a acessibilidade na compra, incluindo parcelamento, que pode chegar a 12 vezes em alguns lugares. “As máquinas de costura são mais baratas, com ticket médio de R$ 1,2 mil. A mais vendida do nosso portfólio pertence a um modelo que custa, em média, R$ 1,9 mil para o consumidor final. Já as máquinas de bordado, muito usadas para personalizar enxovais, toalhas, bonés, uniformes escolares e profissionais, têm ticket médio de R$ 3,6 mil”, compara Dagoberto Abrão.

Um negócio das antigas

Há mais de meio século atuando no mercado de máquinas de costura industriais e domésticas, a Andrade Máquinas trabalha com produtos para todas as necessidades da indústria de confecção em geral, desde o corte até o acabamento. A empresa, sediada na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, é a distribuidora oficial das melhores marcas do mundo, como Sansei, Kansai, Brother, Macpi, Japsew, Suzuki, Durkopp Adler, Orange e Aegis. A empresa tem filiais na capital paulista, em Pernambuco, Ceará e Santa Catarina.