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As vendas de máquinas superaram as estimativas das fabricantes e encerraram 2018 com vendas maiores que o esperado. Segundo balanço anual divulgado pela Anfavea na terça-feira, 8, o volume de equipamentos e maquinário agrícola e rodoviário chegou a 47,8 mil unidades, o melhor resultado desde 2014, representando um aumento de 12,7% sobre as 42,3 mil vendidas em 2017. Em sua última projeção para 2018 e divulgada em outubro, as montadoras esperavam um mercado 10,9% maior, com 47 mil máquinas.
O mercado de máquinas, que começou o ano passado com queda de 33%, se recuperou de forma mais expressiva a partir do segundo semestre, impulsionado pelo bom desempenho do agronegócio e da safra 2018-2019. Segundo o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto, aconteceram grandes carregamentos no setor de grãos nos últimos meses do ano, além da situação atual da safra, que em geral que está em bom patamar.
Com isso, a Anfavea projeta um novo ano de crescimento das vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias para 2019, embora projete o mesmo índice de crescimento que aplicou para 2018, de 10,9%, o que representará em torno de 53 mil equipamentos.
“Há uma confiança em alta com oportunidades internacionais e também a perspectiva de reformas. A disponibilidade de crédito também traz perspectivas positivas para o setor”, afirma Miguel Neto, se referindo ao valor ainda remanescente de programas de financiamento da agricultura. Agricultores já utilizaram 60% dos valores disponíveis pelo Moderfrota, 65% do Pronamp, 66% do Pronaf, embora já tenha utilizado 100% do FCO (existente apenas para a região Centro-Oeste). Também ainda há valores remanescentes do Plano Safra, cujas estimativas apontam que todo o recurso deve ser utilizado até março.
O cenário é bastante positivo para o segmento de máquinas agrícolas, mas também para o segmento rodoviário, que inclui tratores de esteira e retroescavadeiras. Ambos encerraram 2018 com crescimento e 59% e 69% das vendas respectivamente, embora com volumes aquém da capacidade do mercado, de 463 e 2 mil unidades.
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“Ainda estamos longe dos volumes de 2013, que foi um período muito bom para o setor”, lembra Miguel Neto.
Segundo o executivo, há expectativa da indústria para a área de infraestrutura no País. “Se forem mesmo aplicados os investimentos previstos de US$ 35 bilhões em infraestrutura, isso aumentaria em 35% a competitividade dos setores agrícola e de máquinas rodoviárias.”
Produção e exportações
Com a demanda do mercado interno aquecida, a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias avançou 23,8% em 2018, para um total de 65,7 mil unidades, bem acima do projetado pela Anfavea, de 61 mil máquinas e alta de 15%. O resultado das fábricas só não foi melhor por causa das exportações, que caíram 9,1% na comparação com o ano anterior, para 12,7 mil unidades, enquanto a indústria esperava vender 14 mil.
“Reflete o problema de exportação para a Argentina”, comenta o presidente a Anfavea, Antonio Megale.
Diante deste cenário, a associação das fabricantes projeta para 2019 uma produção quase semelhante à do ano passado, para 66 mil unidades, com alta de apenas 0,5%. Já para as exportações, as montadoras aguardam reverter a queda de 2018 para um aumento de 2,5% com volume de 13 mil unidades.
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