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A ZF América do Sul dá mais um importante passo para a ampliação de suas atividades no Brasil e América do Sul. A empresa acaba de ser reconhecida como Centro de Competência Global na área de eixos agrícolas do Grupo ZF. Com isso, será a única unidade no mundo a desenvolver a inteligência de eixos para o mercado global, com papel estratégico. Baseado em Sorocaba, SP, o novo Centro de Competência será responsável por coordenar o desenvolvimento de eixos para todos os mercados do mundo atendidos pela ZF.
De acordo com Stefan Prebeck, Diretor Global de Engenharia da Unidade de Negócios Fora-de-Estrada da ZF, o foco principal dos desenvolvimentos serão os grandes mercados da América Latina, Oriente e Europa, onde há forte demanda por esse tipo de produto. Para isso, foram criados centros de engenharia correspondentes em países como China e Índia, cuja operação se iniciou em abril deste ano.
A expectativa é criar novos projetos de desenvolvimento e aplicação, atendendo clientes de forma personalizada e sob medida. “Os projetos internacionais precisam de colaboração próxima com as equipes de vendas e produção locais, que muitas vezes podem não estar no Brasil”, explica Prebeck.
Paulo Vecchia, gerente da Unidade de Negócios para Tecnologia Industrial da ZF América do Sul, estará à frente da coordenação deste trabalho de inteligência locado no Brasil, atuando de forma integrada com as demais unidades de negócios em engenharia criadas para suportar a nova estrutura. De acordo com o executivo, novos investimentos estão previstos, além da contratação de engenheiros e equipes de campo que irão acelerar o tempo de desenvolvimento de novos produtos, assim como impor um novo ritmo de velocidade de resposta aos clientes.
Atualmente o mercado de eixos dianteiros tracionados no mundo é de 500 mil unidades, considerando montadoras que constroem o seu próprio eixo. O mercado brasileiro representa cerca de 11% deste total. “O objetivo principal é de ampliar o portfólio de soluções para a área off road em todo o mundo, onde há constante expansão e modernização, e atender as máquinas destinadas a todos os tipos de operação no campo e nos canteiros de obras”, explica Vecchia.
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“A eficiência, o conforto e a segurança poderão ser potencializados nos novos desenvolvimentos a partir do momento que os sistemas inteligentes dos segmentos de carros de passeio e veículos comerciais forem integrados nas aplicações fora-de-estrada. A ZF possui competência para construir projetos baseados em eletrificação, integrar sensores, eletrônica inteligente e sistemas mecatrônicos e fazer com que os veículos “possam ver, pensar e agir”, e em breve essas tecnologias avançadas da marca estarão presentes no campo”, complementa.
Competência brasileira tem histórico
A competência brasileira no desenvolvimento de eixos já possui um rico histórico de evolução e foi justamente essa expertise no negócio off road o responsável pelo reconhecimento do Grupo ZF em destacar os engenheiros brasileiros para esta tarefa. Na opinião de Victor Rosales, atual gerente sênior da área desenvolvimento da divisão off road da ZF na China, a experiência adquirida em campo e aplicação final do produto no Brasil, permitem reduzir tempo e custos de desenvolvimento de produtos globais.
Ele explica que o mercado chinês é similar ao mercado brasileiro em vários aspectos de aplicação de produto, como por exemplo em regiões de plantação de arroz em áreas alagadas. Na busca por energias alternativas, a China está investindo também em ethanol e muitas plantações de cana-de-açúcar estão aparecendo no sul do país. Tratam-se de situações similares ao Brasil, com tendência de crescimento. Com isso, os especialistas brasileiros conseguem entregar várias informações importantes baseadas em sua longa experiência. O know how brasileiro para cálculo de performance de esterçamento de eixos, por exemplo, já está inserido na biblioteca de ferramentas de desenvolvimento de produtos do Grupo para utilização dos centros de engenharia na Alemanha e Brasil. “As competências do time de Sorocaba sempre foram o benchmark e a referência que devemos buscar para o time na China”, completa.
O último exemplo bem-sucedido de desenvolvimento foi o recente lançamento do Eixo TSA23 destinado ao setor agrícola, que obteve grande receptividade do mercado, com design e aplicação desenvolvidos integralmente pela engenharia de produto no Brasil com suporte das demais áreas da empresa, mas principalmente em linha com a necessidade do cliente final e das montadoras.
“Nos últimos 33 anos, a unidade brasileira sempre mobilizou esforços em desenvolver tecnologias específicas para aplicações locais”, explica Paulo Vecchia. Desde então, os eixos receberam várias evoluções. Entre as principais, houve a criação das carcaças modulares que trouxeram maior eficiência na sua manutenção, com número reduzido de ferramentas. Além disso, a ZF trabalhou na redução de peso do equipamento, com aumento da robustez, o que trouxe a possibilidade de aplicação de front loader, presente atualmente na família de eixos TSA.
Historicamente, toda a inteligência e expertise da ZF no desenvolvimento de eixos trouxe avanços ao ponto de permitir que novos tratores pudessem ser fabricados no Brasil.
500 mil eixos produzidos até 2017
No ano passado a ZF celebrou a marca de 500 mil eixos produzidos em sua fábrica de Sorocaba (SP). A produção foi iniciada em 1985, ano em que a média mensal de produção alcançada foi de 148 equipamentos. O recorde em um único mês aconteceu em outubro de 2016, quando Sorocaba fabricou 3.290 eixos. O maior volume de produção anual foi em 2010 com 30.243 equipamentos fabricados ao longo de 12 meses. “Em três décadas, a ZF fez história fornecendo produtos modernos, que se destacaram pela utilização em operações severas e ininterruptas no campo e em canteiros de obras”.
Os eixos APL da ZF lançados em 1985, por exemplo, possibilitaram a produção local de máquinas agrícolas de maior potência e revolucionaram a produtividade dos tratores rurais brasileiros.
Hoje, seu portfólio completo de eixos vem sendo fornecido para diversos clientes no Brasil, tanto da área agrícola como para a construção civil. Na planta são produzidos desde eixos dianteiros para tratores e máquinas agrícolas com potências de 75 a 240 cavalos, até eixos dianteiros e traseiros para retroescavadeiras utilizadas no segmento de construção.
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