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A Uber decidiu aproveitar as competências de cada região em que atua para criar novas soluções. Como parte desta estratégia, o Brasil receberá investimento de US$ 250 milhões nos próximos cinco anos na construção do primeiro Centro Tecnológico da plataforma de transporte na América Latina. Enquanto Pittsburgh, nos Estados Unidos, concentra o desenvolvimento de carros autônomos e Paris, na França, o do projeto UberAir de transporte aéreo, o que atraiu o investimento para São Paulo é um desafio local, a segurança pública.
“A Uber tem introduzido constantemente novas funções para incrementar a segurança na plataforma. Entre elas a tecnologia de machine learning, que identifica riscos com base na análise dos dados de milhões de viagens realizadas diariamente, e o botão de Recursos de Segurança, que concentra todas as ferramentas do aplicativo com essa finalidade”, conta o diretor de comunicação da empresa no País, Saulo Passos. A ideia é aprofundar ainda mais o trabalho em novas soluções do gênero, que poderão ser implementadas em uma série de outros países que apresentam desafios semelhantes.
A ideia, conta, é desenhar localmente recursos com base em “processamento de dados em tempo real, telemática avançada e machine learning”. O projeto deve empregar 150 especialistas. “O Brasil possui diversas iniciativas importantes em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, e tem profissionais e universidades reconhecidos mundialmente por sua contribuição nessa área”, destaca o executivo.
Maior cidade em número de usuários
Além da competência da engenharia e da falta de segurança pública que desafia serviços da economia compartilhada, o investimento local da Uber está alinhado ao tamanho do mercado brasileiro para a companhia. Segundo a empresa, o Brasil é o segundo maior país em número de usuários, atrás apenas dos Estados Unidos. São Paulo lidera o ranking entre as cidades, concentrando o maior número de clientes entre todas os municípios atendidos pela Uber globalmente.
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O Centro Tecnológico local será o 14º da empresa no mundo, complementando as estruturas espalhadas na Europa, Ásia e, principalmente, nos Estados Unidos. Lá a companhia trabalha fortemente no desenvolvimento de carros autônomos, com o claro objetivo de ter frotas com a tecnologia nos próximos anos. Nos últimos dias o projeto da startup ganhou reforço após o anúncio de parceria com a Toyota. Nos termos do acordo, a montadora vai aplicar US$ 500 milhões na Uber . O Brasil, por enquanto, está fora desta rota de desenvolvimento, afirma Passos. “Não há planos nesse sentido no momento”.
Uma empresa de mobilidade, não de carros
Quando fala sobre o panorama para os negócios no futuro, a Uber diz que seu negócio “será muito mais do que apenas carros”. É o mesmo discurso usado pelas montadoras, que afirmam estar se transformando em plataformas de serviços e mobilidade, o que soa um tanto irônico, já que a Uber, ao criar um novo mercado, impulsionou parte desta transformação.
“Queremos que o aplicativo se torne uma plataforma onde o usuário possa escolher o melhor modal para seu deslocamento, incluindo o transporte público”, reforça Passos, citando parceria para a compra de bilhetes de ônibus e metrô em todo o mundo. “Para encarar o desafio da mobilidade nas grandes cidades, é preciso oferecer uma gama cada vez mais ampla de opções de transporte às pessoas. Mesmo em cidades onde a Uber já está há muito tempo, como São Francisco, ainda não se viu saturação do mercado”, resume.
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