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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vai pagar as indústrias que aceitarem reduzir seu consumo nos momentos em que a energia estiver mais cara. Essa possibilidade será viabilizada por meio do programa piloto de Resposta da Demanda para consumidores industriais, aprovado nesta terça-feira (28), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O programa começa em janeiro, para consumidores livres ou parcialmente livres.
Com a redução voluntária de consumo, o ONS pode evitar o acionamento de usinas termelétricas mais caras, acionadas pelo critério fora da ordem de mérito. O programa também visa dar tratamento à variação de energia eólica na Região Nordeste, que é uma geração intermitente, dependente da ocorrência dos ventos.
"É como se fosse uma oferta de energia, mas ele oferece reduzir a demanda e cobra por isso um determinado valor", afirmou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. "O sistema elétrico vai dizer: é mais conveniente pagar para alguém deixar de consumir ao invés de acionar outros recursos de geração."
O programa terá duração de aproximadamente 18 meses e, nesse período, o objetivo é formar as bases para a criação de um programa permanente e de abrangência nacional.
Contrato. As indústrias que quiserem participar do programa deverão informar o interesse ao ONS. A redução da demanda será firmada por meio de Contrato de Prestação de Serviços Ancilares (CPSA), de caráter temporário.
Caberá ao ONS definir mensalmente a grade horária dentro da qual os agentes interessados deverão reduzir o consumo. As indústrias deverão informar ao ONS sua oferta de preços e quantidades de energia. Se o preço for menor do que o custo do acionamento de uma termelétrica, a oferta será aceita.
Ao reduzir o consumo nos momentos de energia mais cara, a indústria poderá deslocar a produção para outros horários ou dias em que a energia estiver mais barata. "Ele pode até, no limite, deixar de consumir, se perceber que é mais vantajoso deixar de consumir", disse Rufino.
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