Notícias
A agência de classificação de risco Moody's melhorou nesta quarta-feira (15), a perspectiva do rating soberano do Brasil de "negativa" para "estável", revertendo uma tendência de piora da avaliação do Brasil que vinha ocorrendo desde 2015, quando o País perdeu a classificação grau de investimento. A avaliação da agência é que as condições da economia brasileira estão se estabilizando, há sinais de recuperação após dois anos de forte recessão e o cenário fiscal está mais claro por causa das medidas do presidente Michel Temer.
A decisão da Moody's de alterar a perspectiva do rating do Brasil para estável foi determinada, além da perspectiva de melhora da economia, por outros dois fatores: sinais de que o funcionamento do arcabouço de políticas no Brasil está melhorando, o que dá suporte à implementação do ajuste fiscal; o terceiro fator é que risco de passivos de entidades relacionadas ao governo, como a Petrobras, foi significativamente reduzido.
"Nos últimos seis meses, os riscos de deterioração do rating 'Ba2' do Brasil foram reduzidos e as condições macroeconômicas do País se estabilizaram", afirma o comunicado da Moody's. Um dos pontos positivos é que a inflação está caindo mais rápido que o esperado e converge para a meta do Banco Central. "O surgimento no ano passado de um ambiente positivo para as reformas, sinaliza a melhora do funcionamento das instituições que darão suporte à implementação da reforma fiscal e a aprovação da reforma da previdência neste ano."
"Uma perspectiva mais benigna para o crescimento e a inflação sustenta nossa expectativa de estabilização macroeconômica de um modo geral." A Moody's prevê crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 0,5% e 1% neste ano e 1,5% em 2018. A agência vê risco de a expansão ficar na base das previsões, mas o PIB positivo marca o fim da forte recessão no País. "Após 2018, esperamos que o crescimento estabilize-se entre 2% e 3%."
Continua depois da publicidade |
A Moody's espera que o Banco Central continue cortando juros este ano, mas ressalta que o impacto da Selic menor na atividade econômica será limitado este ano, por causa do ciclo de desalavancagem (nas empresas e famílias) em andamento e da fraca demanda doméstica. Por outro lado, o juro menor terá impacto positivo nas contas do governo, contendo a deterioração do perfil fiscal do Brasil.
Apesar de uma melhor perspectiva macroeconômica, as contas fiscais permanecerão fracas no curto prazo, afirma a Moody's. "Em 2016, o déficit primário atingiu 2,7% do PIB; para este ano, esperamos resultado similar", afirma o comunicado. Para a relação dívida/PIB, um dos principais indicadores de solvência de um país, a previsão é que suba de 70% no final de 2016 para cerca de 80% em 2019.
Gostou? Então compartilhe:
Faça seu login
Ainda não é cadastrado?
Cadastre-se como Pessoa física ou Empresa