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Nos dias 23 e 24 de novembro de 2015, ocorreu no Hotel Tivoli São Paulo, localizado na Alameda Santos, o Congresso Brasileiro de Manufatura, tendo como principais organizadores a WTG Events e o grupo IMAM. A Manufatura em Foco esteve lá para conferir e ficou bem impressionada com o excelente nível dos palestrantes; todos gestores do primeiro e segundo escalão de grandes empresas nacionais e multinacionais. Chamou também a atenção o conteúdo das palestras, muito pertinente e adequado aos desafios que a indústria vem enfrentando nos últimos anos com a forte retração do mercado nacional.
Para que nossos leitores posam ter uma ideia do que foi o evento, descrevemos abaixo as considerações de alguns dos palestrantes que lá estiveram, sobre as principais tendências no campo da indústria da manufatura.
“O Brasil vive um acelerado processo de desindustrialização, com PIB industrial representando cerca de 10%. O governo precisa decidir o que deseja da indústria brasileira e criar condições para melhorar definitivamente, o ambiente de negócios. Simplificar e desburocratizar a legislação tributária e as normas regulamentadoras, modernizar a legislação trabalhista e dar previsibilidade aos negócios. Precisamos de um estado enxuto, menos intervencionista e com melhor gestão do recurso público”, Rafael Cervone Neto, presidente da ABIT / FIESP.
“Hoje o maior problema do Brasil é a falta de mão-de-obra qualificada. É necessário investir em educação, mas isso leva tempo. Com a reativação do mercado nos próximos aos, será preciso voltar a investir em ensino. Acredito que a tendência será investir e capacitação internamente com escolas técnicas, por exemplo, iniciativa que já está presente em algumas empresas”, Dante Crippa _Global Industrial, Logistics, Operations Director da Bunge.
“Ter acesso a tecnologias que reduzem o custo de fabricação tornará as empresas mais competitivas. A inovação da área de manufatura está ligada a tecnologia de fabricação, capacidade de fazer um produto mais rápido e com mais automação. E a capacidade de entregar um produto melhor, com menos variabilidade. Além disso, busca pela redução de desperdícios”, Vagner Galeote, South America Manufacturing Director da Ford.
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“Apesar da crise política, entendo que as empresas continuam a tirar proveito deste momento a partir do investimento em projetos, tais como: TOC + Lean + 6 Sigma, capacitação das lideranças, planejamento de operações mais automatizadas, projetos de contabilidade Lean, compartilhamento de recursos, planos diretores de desenvolvimento profissional, entre outros. Todos sabem que o mercado vai se recuperar e, quando isso acontecer, quem se preparou estará à frente na indústria”, Eduardo Banzato, diretor do Grupo IMAM.
“Com um mundo cada vez mais globalizado, melhorias e inovações de processos e produtos serão ainda mais dinâmicos e imprescindíveis, como meios de sobrevivência e crescimento. Para isso, o grande diferencial das empresas será dispor de pessoas bem preparadas e engajadas, sendo o papel das lideranças fundamental em todo o processo”, Luciano Pinho Nilo Junior, diretor de manufatura da Maxion Structural Components.
“A evolução da manufatura deve ser pautada pela intensificação das práticas de inovação na fase de concepção e desenvolvimento de novos produtos e processos, bem como no ganho de maturidade através do uso de simulação em ambiente virtual. Além disso, deve haver uma ampliação no uso de ferramentas integradas de gestão da produção, usufruindo da grande quantidade de dados disponíveis e da elevada capacidade de processamento com alto nível de segurança”, Antonio Carmesini, diretor da engenharia de manufatura da Embraer.
“Acredito que a tendência será a automação modular. O brasil ainda tem baixo nível de automação e as empresas não tem dinheiro para investir em uma operação totalmente automatizada, portanto, farão aos poucos. Sendo assim, devem automatizar em módulos. Dessa maneira, as empresas podem utilizar soluções que permitem flexibilidade e podem ser usadas em mais de uma operação”, Carlos Lineu, diretor da Abimaq.
“Integração na conectividade e na automação serão importantes até porque os ciclos tecnológicos que antes eram mais longos em alguns setores são mais curtos, gerando uma necessidade de atualizações rápida, tanto da equipe como do parque fabril. O produto em si fabricado na indústria em sempre se mantém o mesmo por muito tempo. Os ciclos de produto são cada vez menores. É importante ter setups industriais que permitam flexibilidade para que a gente possa fazer um ajuste rápido em função da demanda”, Adilson Dezoto, diretor de manufatura da MAN Latin America.
“A nova indústria brasileira deve investir em inovação, criatividade e ousadia. Tem que ser ousado, arrojado, investir na criatividade. Essa é a receita para que se possa avançar na indústria brasileira e a Natura é um exemplo bem-sucedido nessa questão”, João Mocelin, diretor industrial da Natura.
“O processo de mudança é um processo de inovação. Quando se busca inovar, eliminando desperdícios e buscando melhoria contínua, o processo de mudança exige um questionamento constante do que se está fazendo hoje e do que agrega valor para o consumidor. A inovação da Whirlpool deve ter três características: deve ser única, diferencial, tem que agregar valor para o consumidor e tem que entregar resultados para a empresa. E esses conceitos se encaixam com a filosofia Lean”, Sérgio Augusto Carvalho da Silva, diretor de operações da Whirlpool.
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