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Pouco mais de um ano após ter iniciado sua produção brasileira em Ponta Grossa (PR), a DAF começou este mês também a fazer os motores Paccar MX de 12,9 litros na unidade paranaense, que recebeu investi mento de R$ 60 milhões para montar quatro modelos, de 360, 410, 460 e 510 cavalos. “Avaliamos que seria uma boa oportunidade de aumentar o nosso grau de nacionalização, que já está em torno de 65% e deve aumentar progressivamente nos próximos anos”, explicou Michael Kuester, presidente da DAF Caminhões Brasil, durante o primeiro dia da Fenatran 2015, que abriu suas portas na segunda-feira (9), e fica aberta ao público até a sexta-feira (13).
O motor já tem o bloco produzido no Brasil pela Tupy desde o início das atividades da DAF no País. Até o mês passado o bloco era enviado à fábrica da montadora na Holanda e depois regressava montado à Ponta Grossa. “Agora vamos economizar na logística, mas vários outros componentes nacionais serão agregados em curto prazo. Já estamos negociando com fornecedores, inclusive muitos deles estão nos visitando aqui na Fenatran”, disse Kuester. “Com o bloco feito aqui, já temos um bom volume de nacionalização em peso, agora temos de elevar o valor agregado local”, acrescenta.
Outra novidade da DAF na Fenatran (esta já amplamente esperada) é a nova linha de caminhões CF85, um modelo pesado logo abaixo do extrapesado XF105, o primeiro modelo nacional da marca. O CF chega com opções de motorização de 360 ou 410 cavalos – o mesmo MX 12.9 usado também pelo XF – e tração 4x2 ou 6x2. Com essas configurações, o cavalo mecânico atende aplicações para tracionar até 60 toneladas em curtas e médias distâncias, para o transporte de carros (cegonha), químicos e cargas fracionadas em carretas de três eixos. Mas há planos para outras versões, como chassis-cabine para receber diversos tipos de implementos.
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Ambição aumentada
“Nosso maior desafio agora é ampliar a linha de produtos para atingir uma fatia maior do mercado”, afirma Kuester. De janeiro a outubro deste ano a DAF aumentou 66,7% suas vendas no Brasil, mas os 350 caminhões emplacados representam ainda volume muito baixo para quem investiu em uma fábrica que pode fazer até 10 mil unidades/ano em apenas um turno de trabalho. “Claro que esperávamos mais quando decidimos investir aqui, mas viemos para ficar e temos de trabalhar dentro da realidade atual. Nossa visão continua sendo de longo prazo”, diz o executivo, diante da queda do mercado brasileiro de caminhões, que já supera retração de 45% este ano.
Sendo uma das duas únicas duas fabricantes de caminhões presente da esvaziada Fenatran 2015, a DAF aproveitou para triplicar sua área de exposição e a ausência de boa parte da concorrência para aparecer mais, em sua terceira participação no evento desde 2011, quando anunciou a construção de fábrica no Brasil. “Apesar do ano difícil, para nós não havia escolha. Precisamos nos tornar mais conhecidos pelos brasileiros e a feira tem essa função”, justifica Kuester.
A expectativa é vender em torno de 450 XF e CF até o fim de 2015. Para 2016, as projeções da DAF indicam um mercado igual ao deste ano (de 70 mil a 75 mil unidades), mas com substancial aumento de participação da marca. “Esperamos vender perto de mil caminhões e alcançar market share de 5%”, informa Kuester. “Este foi um ano de aprendizado, agora temos mais experiência para atender o cliente brasileiro e seguir crescendo.” Uma das medidas nesse sentido foi a criação do Consórcio Nacional DAF, administrado pelo grupo Randon.
Como parte da estratégia de crescimento, também chega ampliada à Fenatran a linha de extrapesados XF com a introdução da Super Space Cab, uma das maiores disponíveis no mercado com 2,1 metros de altura interna e cama de 2,1 de comprimento por 85 cm de largura, além de facilidades como mesa retrátil e possibilidade de instalação de geladeira e forno micro-ondas. O modelo també oferece novas opções de entre-eixos do cavalo mecânico 6x4 de 3,3 e 3,6 metros e do 6x2 de 3,2 e 3,6 metros, além de tanque de Arla 32 para 75, 100 e 110 litros.
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