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A Abimaq apresentou uma proposta para a melhoria das águas dos rios Pinheiros e Tietê. O projeto foi elaborado por um grupo de associações e entregue ao coordenador de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rui Brasil Assis. Na oportunidade, ele comentou que o documento “é uma preocupação de toda a sociedade e que a contribuição será muito bem vinda.”
Sobre a despoluição dos rios paulistas, Assis disse que o desafio é conseguir recuperar a qualidade da água e o ambiente de uma forma geral na metrópole. “Os investimentos têm sido feitos tanto em água como esgoto”, conta. Ele acredita que o problema de saneamento é uma questão social. “Se não é resolvido o problema habitacional, onde devem ser feitas as obras, não tem como avançar e encontrar solução. Isso impacta diretamente no tratamento e afastamento do esgoto e da drenagem, transportes e sistema viário”, completou.
Valdir Folgosi, presidente do Conselho de Saneamento Ambiental da Abimaq, ressaltou o trabalho feito nos últimos 20 anos. “A percepção da sociedade é de que os rios continuam poluídos. Para nós da entidade, a sensação é de que falta uma ‘autoridade das águas’ que consiga planejar e atender os interesses, muitas vezes conflitantes, nas esferas municipal, estadual e das diversas autarquias estaduais.”
Para Folgosi, essa iniciativa pode fazer com que a sociedade e as autoridades reconheçam ainda mais o valor dos rios e dos projetos. “É preciso criar uma necessidade irreversível para sua recuperação, ao invés de matar o rio canalizando ou fazendo uma via expressa no seu leito com a desculpa que o progresso chegou”, finalizou o executivo.
Projetos
A principal ação do governo do Estado para a despoluição começou em 1992, quando foi criado o Projeto Tietê. Administrada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a primeira etapa da técnica de flotação - processo de separação de partículas sólidas de diferentes naturezas por suspensão – do programa se estendeu até 2000, com a construção de três estações de tratamento de água, além de tubulações para a coleta e o transporte de dejetos.
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Na segunda etapa, entre 2002 e 2009, houve um aumento da rede de coletores (tubos que recolhem o esgoto) e interceptores (tubulações que ficam na margem dos rios e impedem que o lixo seja despejado nele).
Já em 2009, foi anunciada a terceira etapa: uma parceria franco-brasileira que iria buscar inspiração em projetos e soluções francesas para aplicar nos rios brasileiros. No entanto, depois de 11 anos de projeto e R$ 160 milhões investidos, o governo anunciou que a técnica e o projeto de flotação não estavam apresentando resultados e teriam que ser interrompidas.
No novo plano de despoluição, em funcionamento desde 2013, soluções mais “visíveis” ganharam mais destaque. O projeto foca suas ações na limpeza de áreas habitacionais, lavagem de rua, coleta de lixo e esgotamento sanitário – processo que poderá ser acompanhado pela população.
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