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A GE Transportation, divisão da multinacional americana GE, está implementando um ambicioso plano de nacionalização para a locomotiva Evolution ES43BBi, em produção na fábrica da empresa em Contagem (MG). Com o desenvolvimento de novos fornecedores, a GE planeja concluir o trabalho de nacionalização dessa locomotiva em três anos. O prazo é inferior, por exemplo, aos cinco anos gastos na AC44, primeiro modelo da companhia nacionalizado no Brasil.
Garantir um índice de conteúdo local superior a 60% na fabricação da locomotiva é importante para obter acesso ao financiamento da linha Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Evolution está registrada na Finame. Mas há outros incentivos. O fator mais importante para as ferrovias, quando compram a locomotiva, é a confiabilidade, a estabilidade operacional. O serviço de pós¬venda fica mais forte quando não depende de fornecedores do mundo inteiro, disse Rogério Mendonça, presidente da GE Transportation para América Latina.
Um primeiro contrato, para venda de sete unidades Evolution, foi fechado, em 2014, com a Klabin, maior fabricante de papéis para embalagens do país. A previsão é que a Evolution entre em operação comercial no começo de 2016, mas os testes para ajustes nos trilhos devem começar já no próximo semestre.
Mendonça afirmou que existem desafios logísticos e operacionais: A complexidade fiscal é algo complicado com um número maior de fornecedores locais. Mas entendemos que existem vantagens que justificam a nacionalização.
A Evolution terá índice inicial de nacionalização de 40%, o qual deve atingir 60% em 2017. Para se concentrar no projeto, a GE antecipou o cronograma de nacionalização da Dash 9, outro modelo produzido em Contagem. A antecipação da nacionalização da Dash9 contribuiu para o desenvolvimento da Evolution, disse Guilherme Gandra, chefe do departamento de credenciamento de máquinas e equipamentos do BNDES.
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A Evolution vai aumentar os índices de conteúdo local sob um processo conhecido dentro do banco como Plano de Nacionalização Progressiva (PNP). O plano prevê fases para atingir os 60% de nacionalização exigidos pelo BNDES. Gandra disse que há acompanhamento, visitas a fornecedores e auditoria para comprovar o cumprimento do PNP.
Antes de desenvolver a Evolution, cujo projeto foi concebido no Brasil para atender a condições específicas de tráfego em ferrovias de bitola métrica no país, a GE havia nacionalizado outros dois modelos: a AC44, destinada a ferrovias de bitola larga (1,60 metro) e carga pesada, e a Dash9, locomotiva criada para atender a ferrovias de bitola métrica nos Estados Unidos e que foi adaptada ao mercado brasileiro. A Evolution tem aplicação semelhante à da Dash 9, mas é menor e mais leve. Pode operar em malhas com restrições operacionais como pontes e túneis antigos.
Mendonça disse que a empresa formou entre 10 e 15 novos fornecedores locais para atender à fabricação da Evolution. Eles se somam a outras 65 empresas nacionais que trabalharam na AC44 e na Dash9. São fornecedores globais pois, ao serem certificados, estão aptos a fornecer para qualquer fábrica da GE no mundo.
A nacionalização da Evolution inclui itens como cabines, trucks (estruturas que incorporam rodas e motores) e a plataforma, que é o chassi da locomotiva. Estamos envolvidos há oito meses no projeto [da Evolution] e tivemos que investir R$ 3 milhões para fazer adequações na fábrica, disse Bruno Carvalhaes, sócio-diretor da MecBrum Industrial, de Pedro Leopoldo (MG). Outra empresa envolvida no projeto é a Metalúrgica Riosulense, de Rio do Sul (SC), responsável por itens do motor de tração e por parte do chassi da locomotiva.
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