Fonte: Gazeta Mercantil - 05/07/07
Foto: Divulgação
Equipamentos destinados a usinas hidrelétricas serão fornecidos nos próximos seis anos. De outubro de 2006 até o último dia de junho, a Voith Siemens Hydro Power Generation fechou contratos para fornecer equipamentos ao setor energético brasileiro no valor de R$ 1,04 bilhão. Os fornecimentos ocorrerão no prazo de três a seis anos e são destinados à geração hidrelétrica. Em igual período do ano passado, os valor dos contratos fechados situou-se em R$ 600 milhões.
"Já podemos comemorar esse resultado puxado pelo crescimento da economia brasileira", afirma Osvaldo San Martin, presidente da Voith Siemens no Brasil, prevendo que os novos contratos se refletirão no faturamento da empresa já no exercício de outubro de 2007 a setembro de 2008, quando projeta receita em torno de R$ 600 milhões, bem acima dos R$ 350 milhões previstos para o atual exercício a se encerrar em setembro próximo.
Nos últimos três anos, muitos contratos ficaram represados por conta da falta de investimentos no setor energético de 2001 a 2004. Com a falta de projetos no Brasil, a empresa alemã partiu para outros mercados, principalmente a América Latina e os serviços passaram a ser integrados na modernização de hidrelétricas. Atualmente, 65% do que é produzido na Hydro Power Generation, destina-se à exportação.
A empresa, que possui recursos e serviços necessários para o fornecimento de equipamentos para a geração de energia elétrica, dá também suporte completo para depois da entrada em operação da usina. Esse "mix" proporcionou a Voith, fechar contratos na Guatemala, onde está em desenvolvimento o projeto da hidrelétrica Xacbal, com capacidade de 93 megawatts (MW). No Equador, na hidrelétrica Baba, com capacidade de 43 MW. Já no mercado doméstico entre os principais projetos em desenvolvimento estão o do Consórcio Estreito Energia (CESTE), da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) de R$ 350 milhões; quatro de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que juntas somam 88 MW; e a construção das hidrelétricas Baguari de 140 MW, do Consórcio Noenergia, Furnas e Cemig e Serra do Facão (210 MW).
"Cada país tem uma característica diferente e por isso somos criteriosos quando o assunto é tecnologia", explicou o diretor técnico da Voith Siemens, Werner G Lacher. Os grandes desafios para o próximos anos é dar continuidade aos processos de aquisições, manter o volume de pedidos acima de R$ 800 milhões, ampliar o "mix" de produtos e aquecer a exportação para os principais clientes, China e Canadá.
A empresa que instalou, há dois anos, dentro de sua unidade no Jaraguá, em São Paulo, a Voith Industrial Services, pretende investir ainda mais nesta divisão que cuida da manutenção e operação das montagens industriais pelo sistema "turn key.
A Voith participa, junto com outras empresas, de consórcio no projeto Madeira, e pretende instalar um posto avançado na região de Roraima, onde serão construídas as duas usinas do projeto, Santo Antonio (3.150 MW) e Jirau (3.300 MW).