Case paralisa investimento de R$ 600 mi em Minas

Não há previsão de retomada da planta de Montes Claros.

O projeto da CNH Industrial de implantação de uma fábrica de máquinas de construção orçada em cerca de R$ 600 milhões em Montes Claros, no Norte de Minas, está paralisado. “Demos uma segurada nele porque não existe volume no mercado. É gastar dinheiro à toa. Mas o grupo está avaliando as possibilidades do que pode ser feito em Montes Claros, mas, por enquanto, está parado o projeto, congelado”, informou o vice-presidente da Case para a América Latina, Roque Reis. De acordo com o executivo, não existe previsão de quando a unidade de Montes Claros volte a sair do papel. “Neste período nebuloso, é sem perspectivas”, acrescentou.

A princípio, Montes Claros teria uma planta para máquinas de construção. “A empresa imaginava que, com um mercado futuro no país de 45 mil máquinas (ao ano), precisaria de mais espaço para a produção e começamos os estudos. E todos (empresas), assim como a gente, demos uma segurada por conta do mercado”, concluiu Reis. A Case tem 62 fábricas em 190 países com lucro registrado de U$S 2,2 bilhões em 2014.

Mesmo em um mercado em queda, a Case Construction Equipment – uma empresa da CNH Industrial, que tem fábrica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte – fez nesta quinta o lançamento de mais três novos produtos da empresa em máquinas de construção. Entre a fábrica mineira e desenvolvimento de produto, foram investidos US$ 10 milhões na escavadeira hidráulica CX 220C, a pá carregadeira 721 EXR e uma nova linha de tratores de esteira. “A fábrica de Contagem é a mais complexa da CNH Industrial no mundo. Temos sete linhas de produtos com 30 modelos Case. Temos muita restrição de espaço lá com 42 mil m², o que nos faz melhorar a toda hora”, disse o vice-presidente da Case para a América Latina, Roque Reis, durante evento na sede administrativa da Case, em Sorocaba (SP).


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Neste ano, a produção estimada na fábrica de Contagem deve ser de cerca de 6.000 máquinas de construção. O desempenho acompanha o mercado nacional que está em baixa e deve fechar 2015 com cerca de 21 mil máquinas vendidas, de acordo com Reis. “Chegou-se a imaginar no Brasil um mercado de 40 mil máquinas, e agora? Para o cliente é bom porque tem várias opções, mas em âmbito global, acaba gerando uma guerra de preços”, avalia Reis, que prevê um primeiro trimestre mais difícil. Mesmo assim, ele está otimista e acredita que essa má fase no país vai passar. “Continuamos a investir e é um momento de ajuste”, afirmou. Reis acrescentou que serão colocadas mais linhas de produtos em Contagem. “O que vai tornar a planta mais complexa e produtiva”. Em 9 anos, a empresa passou de 12 produtos para 30 produtos.

*A repórter viajou a convite da Case Construction.