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A indústria de veículos aguarda o início de uma retomada do mercado após o fim da Copa do Mundo, mas, pelo menos até o momento, as vendas seguem sem dar sinais de recuperação, segundo o vice-presidente de assuntos corporativos da Ford, Rogelio Golfarb.
Na sexta-feira (25), o executivo adiantou que os emplacamentos de veículos no país - entre carros, caminhões e ônibus - caem neste mês quase 15% em relação a julho do ano passado, levando para 8,5% a queda do mercado no acumulado do ano, que estava em 7,6% até o fechamento de junho.
Assim como a maioria de seus colegas na indústria, Golfarb disse que o consumo deve melhorar em relação ao fraco resultado do primeiro semestre - levando-se em conta a sazonalidade do mercado, historicamente mais aquecido na segunda metade do ano. Alguns dirigentes do setor vêm relatando maior fluxo de consumidores nas lojas desde que a seleção brasileira perdeu a chance de título no Mundial, num movimento que poderá se refletir em resultados melhores nas estatísticas de agosto.
Ainda assim, os volumes seguirão abaixo dos números de um ano atrás, avaliou Golfarb, acrescentando que a produção das montadoras também continuará pressionada em virtude do excesso de estoques em fábricas e concessionárias. Ele disse que os operários das três fábricas da Ford - duas em São Paulo e uma na Bahia - já voltaram das férias concedidas entre junho e julho, mas a produção se mantém num ritmo reduzido para evitar o acúmulo de grandes estoques.
O principal porta-voz da Ford elogiou as ações tomadas pelo Banco Central para irrigar o mercado de crédito, onde a seletividade bancária tem sido apontada como o maior entrave às vendas de automóveis. Entre as medidas, a autoridade monetária liberou parte dos depósitos compulsórios para o financiamento ao consumo - injetando R$ 30 bilhões no sistema - e também aliviou a exigência de capital no crédito para o varejo. "Todas essas ações são positivas porque o crédito é fundamental", afirmou Golfarb. Ele disse, porém, que ainda é cedo para se estimar o impacto dessas medidas no curto prazo.
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O executivo participou na sexta-feira de evento realizado pela Ford com a imprensa para apresentar mais uma das tecnologias da nova geração do modelo compacto Ka - no caso, um sistema que, via aparelho celular, faz chamadas automáticas de serviços médicos de emergência em caso de acidente.
O carro deve chegar às concessionárias em setembro e, com ele, a Ford espera encerrar o ano com ganho de participação de mercado. No primeiro semestre, a marca conseguiu segurar em pouco mais de 9% sua fatia em relação às vendas totais no país porque a queda nos licenciamentos de seus carros, de 7,5%, ficou praticamente em linha com a média da indústria.
"Esse [o novo Ka] é um lançamento no maior segmento do mercado automotivo e, claro, queremos ter uma participação significativa nele", disse Golfarb. A montadora ainda não divulgou o preço do carro.
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